Copiar ou buscar inspiração em ideias alheias é uma prática tão comum na televisão brasileira que nem surpreende mais. Para o espectador com acesso à enorme oferta da tevê paga, a rotineira adaptação de formatos estrangeiros pelas principais emissoras nacionais costuma provocar apenas a memória: onde mesmo eu já vi isso?
“S.O.S. Emergência”, o seriado que a Globo estreou neste domingo, depois do “Fantástico”, tem tantas semelhanças com o americano “Scrubs” que a principal tarefa do crítico não é avaliá-lo pelas suas qualidades, mas sim pelo que propõe como adaptação.
Bom texto, edição ágil, produção caprichada – tudo isso já encontramos em “Scrubs” há nove temporadas. Sexo entre médico e enfermeira, idem. Um diretor de hospital amalucado, idem idem. Novidades? Uma recepcionista que fala portunhol, engraçadíssima, a opção por tarimbados comediantes (Ney Latorraca e Marisa Orth à frente), um ótimo elenco de apoio (Maria Clara Gueiros e Bruno Garcia, entre outros) e grandes participações especiais (Cássio Gabus Mendes e Fabio Assunção).
Sem a preocupação de apresentar a série ao espectador, “S.O.S. Emergência” foi direto ao ponto logo no primeiro episódio, o que pode ter dificultado para parte do público embarcar na brincadeira. Como em “Scrubs”, o roteiro é um jogo de armar entre diferentes situações que ocorrem de forma simultânea – algumas mais engraçadas que as outras, mas sem a força do original.
Fonte: Maurício Stycer, do UOL
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