segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"Clandestinos" leva frescor e delicadeza para a TV


Quando colocou no ar um site convocando atores para testes, João Falcão se surpreendeu com o número de candidatos. Foram mais de três mil, mesmo sem divulgação. “O pessoal de teatro acha que sou um cara legal”, diz o diretor, sobre o interesse despertado. Ele é o “cara legal” que dirigiu A Máquina (com os então iniciantes Wagner Moura, Lázaro Ramos e Vladimir Brichta), Ensina-me a Viver, uma das melhores peças de 2008, e que fez roteiro para O Auto da Compadecida para tevê. Na quinta-feira 4, após A Grande Família, na Globo, mais uma empreitada: Clandestinos, série com direção-geral dele e baseada na peça montada pelos atores que passaram pela seleção.

Misturando histórias ouvidas durante o processo e outras inventadas, a produção acompanha jovens atores em busca de um papel. Costurando os episódios, um diretor e uma produtora montam um espetáculo. Nos testes, há gente como as irmãs que querem ter papéis diferentes e não interpretar apenas gêmeas, ou a garota que sai de Minas Gerais achando que bastaria chegar ao Rio e andar distraída pelas ruas que encontraria Fábio Assunção.

O elenco todo é desconhecido na tevê. A teatralidade de algumas atuações atrapalha, mas a maioria deles tem uma ingenuidade na interpretação que faz com que pareça um documentário. Os testes também têm um quê de American Idol, com candidatos “em busca de um sonho”. Mas o programa passa longe da mera exibição de talento, porque há um interesse sincero pelas pessoas e o drama não é piegas. A maneira delicada, bem-humorada e colorida com que Falcão e a diretora Flávia Lacerda tratam cada um dos personagens traz mais novidade à tevê do que a simples apresentação de “rostos novos”.

Fonte: Isto é Gente

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