segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"Aquele Beijo" é espirituosa, mas não empolga


Aquele Beijo já disse ao que veio. A novela tem duas tramas centrais: o quatrilho amoroso Rubinho-Cláudia-Vicente-Lucena, e o casal romântico Alberto-Sarita lutando contra as vilanias de Marushka, ex-mulher dele, a pedra no sapato dos dois. Existem ainda as tramas paralelas, muito bem desenvolvidas, onde impera o humor espirituoso, inteligente e com o costumeiro bom gosto do autor Miguel Falabella, que ainda nos brinda com uma narração sempre inspirada.

Mas falta um quê a Aquele Beijo que a torne uma novela empolgante, daquelas que fazem a gente correr à frente da TV às 19h30 para acompanhar todo dia. O quadrilátero amoroso tem um desenrolar morno demais, não empolga. A disputa pelo poder travada por Maruschka, acirrada pelo despeito amoroso, também não empolga. Isso tudo considerando as falas bonitas que o autor põe na boca de seus personagens.

O que segura a novela é a qualidade inegável do texto do autor, com tramas paralelas recheadas de personagens deliciosos – Mãe Iara e Joselito, as irmãs portuguesas, Sebastiáo e Raíssa, o núcleo da Shunel, Belezinha e Agenor, o núcleo das gordinhas, o salão de Ana Girafa, Marisol-Grace Kelly-Deusa, o orfanato,  enfim.

Até mesmo Negócio da China – a novela anterior do autor, criticada por ter sido a novela errada no horário errado – era mais empolgante. Aquele Beijo é legal! Mas faz sentir uma ponta de saudade de A Lua Me Disse e Salsa e Merengue.

Fonte: Nilson Xavier, do UOL

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