Aquele Beijo já disse ao que veio. A novela
tem duas tramas centrais: o quatrilho amoroso Rubinho-Cláudia-Vicente-Lucena, e
o casal romântico Alberto-Sarita lutando contra as vilanias de Marushka,
ex-mulher dele, a pedra no sapato dos dois. Existem ainda as tramas paralelas,
muito bem desenvolvidas, onde impera o humor espirituoso, inteligente e com o
costumeiro bom gosto do autor Miguel Falabella, que ainda nos brinda com uma
narração sempre inspirada.
Mas falta um quê a Aquele Beijo que a torne
uma novela empolgante, daquelas que fazem a gente correr à frente da TV às
19h30 para acompanhar todo dia. O quadrilátero amoroso tem um desenrolar morno
demais, não empolga. A disputa pelo poder travada por Maruschka, acirrada pelo
despeito amoroso, também não empolga. Isso tudo considerando as falas bonitas
que o autor põe na boca de seus personagens.
O que segura a novela é a qualidade inegável
do texto do autor, com tramas paralelas recheadas de personagens deliciosos –
Mãe Iara e Joselito, as irmãs portuguesas, Sebastiáo e Raíssa, o núcleo da
Shunel, Belezinha e Agenor, o núcleo das gordinhas, o salão de Ana Girafa,
Marisol-Grace Kelly-Deusa, o orfanato,
enfim.
Até mesmo Negócio da China – a novela
anterior do autor, criticada por ter sido a novela errada no horário errado –
era mais empolgante. Aquele Beijo é legal! Mas faz sentir uma ponta de saudade
de A Lua Me Disse e Salsa e Merengue.
Fonte: Nilson Xavier, do UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário