Mateus Solano está pronto para ser odiado,
mas também não nega que deseja ser amado como o vilão da próxima novela das
21h, "Amor à vida", de Walcyr Carrasco. O furacão Carminha de
"Avenida Brasil" fez escola e o seu Félix segue a linha dos
antagonistas sem escrúpulos, excêntrico, louco pelo poder, calculista, mas com
uma boa dose de humor. Somando a toda essa complexidade, o personagem é um
homossexual não assumido. "Digo que ganhei um parque de diversão
particular do Walcyr. Estou com um desafio e tanto nas mãos porque do Félix se
pode esperar tudo. Tudo de mal e tudo de divertido", conta o ator.
Félix vai ser o primeiro vilão de fato do
ator na televisão e Mateus não esconde a preocupação em acertar o tom. "Dá
um certo medo de não passar uma coisa meio caricata, grotesca. Não fiz muitos
vilões em toda a minha carreira. O mais mauzinho era o Bôscoli da minissérie
"Maysa", que nem era tanto assim. Discordo do Jorge de
"Viver a Vida". Quem roubou a
namorada e atenção dos pais durante toda a novela? O Miguel, o outro gêmeo. O
Jorge não tinha carisma e na televisão ganha quem tem sedução, mais empatia
", admite.
Para construir o filho mais velho obcecado
pelo poder de César (Antônio Fagundes) e Pilar (Susana Vieira), e o irmão
dominado pela inveja e pelo ciúme que sente desde pequeno da irmã, Paloma
(Paolla Oliveira), Mateus revela a sua fonte de inspiração. "A maldade
existe em todo mundo e o ator tem que buscar isso em si. Tenho lido bastante
sobre o assunto. O último livro que li foi 'O Efeito Lúcifer'. Também li muito
artigos e textos sobre o nazismo, poder e sedução. Vi alguns filmes também. Me
preparei para viver esse papal", pontua.
Se a maldade de Felix é propagada e debatida
por Mateus Solano, o mesmo não acontece com relação à homossexualidade.
"Ele é gay e ponto. O público vai descobrir as coisas sobre a vida mais
íntima dele no desenrolar da história. Posso adiantar que Félix se orgulha em
dizer que tem uma família de comercial de margarina porque precisa dessa imagem
para conseguir seus objetivos", explica o ator que entrega o apelido já
recebido nos bastidores: "Entre as gravações, já o chamam de
Felixciano". A brincadeira mescla o
nome do vilão com o do deputado federal e presidente da comissão dos direitos
humanos da Câmara, Marco Feliciano, que ganhou projeção nacional após fazer
declarações consideradas homofóbicas.
O casamento de fachada vai ser marcado pela
amizade e cumplicidade com Edith (Bárbara Paz). "É uma relação muito
singular, de parceria mesmo. Para o bem e para o mal", explica Mateus,
feliz em contracenar mais uma vez com a colega de profissão. "Bárbara é
uma querida. E esse é o nosso segundo trabalho juntos, segundo par romântico -
o primeiro foi Renata e Miguel, em 'Viver a Vida'. Estou à vontade",
confessa Mateus, que não esconde a vontade de contracenar com a mulher Paula
Braun, uma judia ortodoxa, Esther, na novela. "Ela vai trabalhar no
hospital dos Khoury, vai ser minha funcionária. Ainda não temos nenhuma cena
juntos, mas bem que eu queria".
Fonte: UOL
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