Segundo nota da imprensa, a Globo recusou 3 sinopses de autores consagrados da casa para o horário das 6 da tarde. Walther Negrão, Maria Adelaide do Amaral e Elisabeth Jihn tiveram seus trabalhos recusados por um "Fórum de Autores" que os avaliou.
Para resolver a situação, Manoel Martins convocou Alcides Nogueira para escrever às pressas uma sinopse para uma trama rural. E com recomendações bem específicas: história contemporânea, mostrando o novo rural do Estado de São Paulo – pujante e com muito dinheiro – e seguindo a linha folhetim clássico.
Esse negócio de autor avaliar trabalho de autor é uma idéia de jirico da direção da Globo. Nós, roteiristas, que acompanhamos o trabalho deles na mídia sabemos muito bem que existe uma guerra de egos entre eles e não fazem outra coisa a não ser descer o porrete no trabalho uns dos outros. Aguinaldo Silva detesta o merchandising social de Gloria Perez, que detesta os homens pelados do Carlos Lombardi, que detesta as cenas vazias do Manoel Carlos e por aí vai... Pouquíssimas vezes vi algum deles elogiar os companheiros...
O que a Globo precisa é um departamento chefiado por alguém realmente competente e conhecedor do assunto para decidir o que vai ou não ao ar, alguém como um Boni, Daniel Filho, entre outros. Esse tal "fórum de autores" é a maior roubada...
Quanto à ida para outras emissoras, não sei se os caminhos estão tão abertos assim. A Band deixou a dramaturgia de lado. A Record esqueceu as novelas e se concentrou no lucro fáceil de "A Fazenda" e enquanto esse formato não chafurdar (como aconteceu na Globo com Big Brother 2), não voltará a levar à sério suas novelas. No SBT pelo visto a coisa não decola. Querem emplacar a terceira novela seguida com o mesmo elenco. Nenhum cristão aguenta uma provação dessas...
Enfim, é aguardar pra ver no que dá...
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