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sábado, 1 de maio de 2010

Alinne Moraes: na vida de Luciana, o acontecimento é a própria vida


O símbolo que Miguel grudou na cadeira de rodas de Luciana tem tudo a ver com a personagem.  Como as borboletas, Luciana também passou por uma grande metamorfose e não só amadureceu e superou as adversidades, como também ficou mais linda e mais humana. Paralelamente, esse amadurecimento que tem encantado o país pode ser percebido também com a atriz Alinne Moraes. Com um trabalho primoroso, irretocável, ela se tornou uma unanimidade nacional. Aqui, ela fala um pouco do momento da personagem e da atriz . Veja>

Como você vê a evolução da sua personagem?
Alinne: Eu acho que ela amadureceu muito. Ela começou a enxergar um outro lado que não tinha parado antes para observar. Ela estava sempre correndo para baixo e para cima, e ela era o grande acontecimento. Eu acho que agora, na vida dela, o acontecimento é a própria vida. É como se tudo passasse como um quadro e ela sempre observando. E se colocando como observadora, você tem uma noção maior sobre as coisas. Eu acho que você cresce e amadurece com maior facilidade. Ela não perdeu nada da personalidade que tinha, mas acrescentou muitas coisas positivas à sua vida.
             
E a reação do público?
Alinne:  Não estou tendo muito contato com o público. O pouco que eu vejo é pela internet. Vejo que o blog está fazendo muito sucesso, acompanho um pouco. Você vê a importância dessa personagem na parte social, na vida das pessoas e pra minha vida também. Acho que está mudando muita coisa, acrescentando muitas coisas positivas.

Ela disse que se sente metade de uma mulher. Como você vê a questão da sexualidade da personagem?
Alinne: Ela não sabe, mas está passando por um momento de dúvida, de medo. Tudo que é novo dá medo. Eu acho que sobre essa questão da sexualidade, ela vai se entender e vai achar o caminho dela junto com o Miguel. Acho que ela está passando por essa dúvida, porque nenhuma tetraplegia é igual. As pessoas costumam colocar paralisia e tetraplegia como se fossem coisas diferentes, como se só existisse um tipo. E cada pessoa é uma pessoa, cada lesão é uma lesão. Não existe uma pessoa com a mesma lesão igualzinha. Isso é quase impossível. Então, a gente não sabe o que vai acontecer. Ela pode se basear no que as outras mulheres disseram. Mas está com essa grande dúvida. No fim, acho que vai dar tudo certo.
             
O personagem é um exemplo para cadeirantes e deficientes do país. O que você acha disso?
Alinne: Eu acho que vai mudar muita coisa. Acho que é o comecinho de uma grande mudança que tem que acontecer. Acho que estamos falando de um mundo que a gente desconhece. Estamos numa era de quase uma paralisia mesmo. É como se estivéssemos vendados para umas verdades. Então, acho que, pela primeira vez ,está sendo falado sobre uma questão muito importante, e é muito bom, pela inclusão social, os acessos a todos os lugares. São 15% da população em casa, trancada... Acho que é uma decepção muitas pessoas não estarem preparadas, as pessoas não conseguirem enxergar a realidade. A novela está ajudando muito a expandir essa visão.

Fonte: www.globo.com/viveravida

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