Tiago Leifert e Caio Ribeiro: sensações da Copa

Após uma maratona de 20 dias de trabalho no Central da Copa, o apresentador Tiago Leifert e o comentarista Caio Ribeiro ganharam dois dias de folga esta semana. Enquanto o ex-jogador batia uma bolinha com amigos na praia de Ipanema anteontem, o jornalista enfrentava uma bateria de entrevistas na Globo. No ar à tarde e à noite em dias de jogos, Tiago virou a sensação da cobertura da Copa do Mundo, ao lado do fiel escudeiro Caio. Por isso mesmo, a dupla já bate ponto em outros programas da emissora, como as participações no Casseta & planeta, urgente! e no Mais você.

– Quando vi os caras do Casseta me imitando, fiquei emocionado. Ainda pensei: “Será que as pessoas sabem quem eu sou?” – conta Tiago. – É curioso, porque a gente não tem noção do sucesso.

Formato de entretenimento

O apresentador paulistano, de 30 anos, diz que o objetivo era fazer um programa divertido, que buscasse um ângulo diferente na abordagem do futebol. O resultado é que o Central da Copa combina informalidade, humor e debate esportivo, num formato que se assemelha às produções de entretenimento. Mas, como sua rotina é do hotel onde está hospedado no Rio para a emissora, e vice-versa, Tiago não imaginava a repercussão do trabalho:

– O reconhecimento só aumenta nossa responsabilidade de fazer um programa cada vez melhor.

O jeito brincalhão de Tiago, que é editor-chefe do Globo esporte de São Paulo, já é conhecido do público paulista, mas só agora começa a ser descoberto pelos cariocas. À frente do GE desde janeiro de 2009, imprimiu o estilo que hoje pode ser visto no Central da Copa, em que se destacam suas tiradas bem-humoradas.

– No Globo esporte, o humor existe desde o primeiro programa. Isso nada mais é do que o espírito esportivo. Para mim, é uma coisa natural. É raríssimo eu ficar de mau humor. Não perco tempo com braveza – diz ele, que garante ser tímido fora da TV.

Como não usa teleprompter – aparelho que projeta o texto que o apresentador lê olhando para a câmera – Tiago investe no improviso. Mas sempre faz o “espelho”, uma espécie de lista que indica a ordem dos assuntos a serem mostrados no programa. Quando precisa de ajuda, o apresentador recorre à “voz da consciência”, como chama a editora-executiva Renata Cuppen, que sopra tudo em seu ponto eletrônico e integra também sua equipe no Globo esporte.

– Não aconteceu imprevisto algum no programa. Foi tudo tranquilo. Até o computador está funcionando superbem. Mas deixa eu bater aqui na madeira... – brinca.

Foi com a mesma espontaneidade que Tiago abordou um assunto que parecia proibido na Globo: o Cala boca Galvão, movimento que surgiu no Twitter contra o narrador Galvão Bueno. Mas o apresentador conseguiu fazer com que até o locutor entrasse na brincadeira.

– Todo mundo achou engraçado na Globo. Achei genial quando inventaram que Galvão era nome de uma ave. Não tinha falado com ele antes quando o entrevistei pelo telão. E ele adorou.

O entrosamento entre Tiago e Caio é um dos pontos altos do Central da Copa. Mas a parceria é antiga, já que o ex-jogador também participa do Globo esporte paulista nas edições de segunda e quinta-feiras.

– Trabalho tanto quanto o Caio, mas ninguém quis fazer campanha para me libertar. Acham que eu sou o carrasco dele – diverte-se o jornalista.

Comentarista onipresente dos jogos da Copa, o paulista Caio Ribeiro, de 34 anos, ganhou a campanha "Libertem o Caio", promovida pelo casseta Hélio de La Peña. Mas a brincadeira começou no Twitter. Os internautas ficaram impressionados, porque o ex-jogador estava sempre na TV e não tinha folga.

– Não imaginava a repercussão – garante Caio, que gravou ontem o Caldeirão do Huck. – Quando era jogador, as pessoas me cumprimentavam pelo time em que jogava. Como comentarista, elas falam que gostam muito do meu trabalho. Agora, dizem assim: “Caramba! Você fugiu do cativeiro”.

No dois dias de folga, o ex-jogador foi à praia, jogou altinho com os amigos e pôs a conversa em dia com a mulher, Renata, grávida de cinco meses. Mas hoje volta ao cativeiro para acompanhar, ao lado de Luis Ernesto Lacombe e Tiago Leifeirt, as transmissões de Brasil x Holanda e Uruguai x Gana.

– Acho que a gente tem que levar as coisas com descontração. Sempre fui um cara aberto a brincadeiras, com bom humor. E o Tiago tem toda liberdade para brincar comigo. Não combinamos nada. Ele sempre me pega de surpresa.

Caio parou de jogar futebol há cinco anos e foi contratado como comentarista pela Rádio Globo de São Paulo. Na TV, dá expediente há três anos. Esta é a primeira Copa de que ele participa como comentarista. Como jogador, nunca disputou um Mundial. Supreso com o sucesso, tenta explicar o fato de ter conquistado tanta popularidade com seus comentários e jeito de bom moço:

– A diferença é que não sou um comentarista de uma torcida só. Procuro ser transparente nas minhas análises, acrescentar algo à transmissão. O sucesso é consequência do trabalho. Não vai mudar nada na minha vida. Mas estou curtindo muito este momento. Faço tudo com muito prazer.

Fonte: JB On Line