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sábado, 2 de outubro de 2010

Ana Rosa comemora 50 anos de carreira


A possibilidade de trabalhar em uma obra cheia de mistérios, envolvendo vidas passadas e paranormalidade é o que mais instiga Ana Rosa em "A Cura" da Globo. No ar como a misteriosa Graciema, a atriz faz segredo quanto às reais condições de saúde de sua personagem. "Se eu falar muito, posso acabar com as surpresas. A única coisa que posso contar é que ela é paralítica, pois isso já foi ao ar", brinca. Na trama, a personagem é mulher do médico Turíbio (Ary Fontoura). É uma mulher que sofre de uma doença grave e que não sai de casa. "A cidade inteira guarda informações. Ela e o marido são peças chaves", revela a atriz, que comemora a repercussão da série, apesar do horário de exibição. "Percebo o assunto nas ruas e ainda bem que hoje em dia você pode ver na internet", observa.

A série, escrita por João Emanuel Carneiro e Marcelo Bernstein, marca os 50 anos de televisão na carreira de Ana Rosa, que começou a vida profissional como atriz de circo. "Em 1960, a TV Alvorada, de Brasília, inaugurou e não tinha programação. O circo do qual eu fazia parte estava na cidade e fomos chamados para fazer programas e teleteatros", lembra. De lá para cá, a atriz acumulou personagens em diversas emissoras e nunca mais parou de trabalhar. Mesmo no ar em "A Cura", Ana Rosa já está reservada para a nova novela de Walcyr Carrasco, com previsão de estreia para o início de 2011. Apesar da presença constante na televisão, Ana não abre mão de suas outras paixões: o cinema e o teatro. Ela se prepara para o lançamento dos filmes "E a Vida Continua" e " Filme dos Espíritos" e produz sua volta aos palcos com a comédia "Camas Redondas, Casais Quadrados". "Preciso fazer muitas coisas ao mesmo tempo. É da minha personalidade. Me sinto bem assim", confessa.

A série "A Cura" reúne elementos da doutrina espírita e cria um embate entre a ciência e a religião. Você se identifica com a temática desenvolvida pelos autores?
Sou espírita desde 1976 e acho muito válido os autores falarem desses fenômenos na TV. A série veio com uma proposta diferente, ela aborda sim esse aspecto das reencarnações, do espiritismo, mas não entra na discussão filosófica. Mesmo sem comprar a questão religiosa, acho importante mostrar o que seriam os fenômenos paranormais.

Como seguidora do espiritismo, você se sente mais à vontade em trabalhos que envolvem a religião?
Faço qualquer personagem, mas é claro que me identifico com trabalhos desse tipo. Não sou espírita como aquelas pessoas que falam que seguem a religião apenas porque acreditam. Eu estudo, então para mim é muito natural. As pessoas perguntam se tive de me preparar para esses personagens e eu sempre respondo que já venho me preparando há muitos anos para qualquer tipo de obra com essa temática.

Sua estreia em novelas foi em 1964, em "Alma Cigana", primeiro folhetim da TV Tupi e atualmente você trabalha com câmeras de alta definição. O que mudou no processo de trabalho?
Não importa a tecnologia, estar exercendo a profissão é a parte mais gostosa e continua igual. O que mudou mesmo foi a parte técnica. Especificamente em "A Cura", o trabalho foi muito puxado. A série é toda feita com essas câmeras ultra modernas, então é tudo muito mais elaborado. Tem de repetir a mesma cena muitas vezes, mesmo dando certo, pois se você tem cinco atores em cena, é necessário filmar cada um. Fica bem cansativo, mas compensa quando a gente vê o trabalho pronto.

Muitas atrizes da sua geração reclamam da falta de trabalhos na TV, mas você não para de trabalhar. Como analisa isso?
Leio notícias de colegas que estão afastadas e acho que isso faz parte da vida, nem sempre você está em evidência. Felizmente, as pessoas têm se lembrado de mim. O maior tempo que eu fiquei fora do ar foi depois que terminei "Três Irmãs", em 2009. Mas não parei, nesse tempo filmei quatro longas. Não gosto de ficar parada. O que acontece é que quando não sou convidada para projetos, eu mesmo produzo e vou atrás de novos trabalhos.

Fonte: UOL TV

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