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sábado, 23 de outubro de 2010

Dilemas e esperanças estarão em "Clandestinos"


O autor de "Clandestinos" João Falcão (à esq.) com Flávia Lacerda e Guel Arraes.

Qualquer semelhança não é uma coincidência, pois ficção e realidade se misturam na nova série "Clandestinos - O Sonho Começou", da Globo. A produção, assinada por João Falcão, é baseada na experiência do autor após ouvir centenas de relatos de novos talentos que lutavam pelo sonho de trabalhar profissionalmente como artista. "A inspiração foi neles, nas pessoas, nas histórias que chegavam até mim. Ficamos três meses conversando, trocando experiências, foi daí que veio a história", revela o diretor da série, que estreia dia 4 de novembro, após o programa "A Grande Família", sob a direção de núcleo de Guel Arraes.

Afastado da TV desde 2003, com a série "Sexo Frágil", da Globo, o diretor João Falcão não esconde o entusiasmo ao falar do novo projeto e apresentar os atores da produção. "É com muita alegria que eu vejo esse grupo concretizando o sonho deles. Estamos há três anos e meio juntos e fiquei amigo deles. Todos eles são amigos. Viramos uma 'grande família'", brinca João.

Depois de contar a história destes jovens atores no teatro, com o projeto "Clandestinos", João Falcão escolheu o mesmo grupo de atores para a adaptação na TV. "Eu queria pessoas que estivessem representando algo que eles estariam vivendo de verdade", conta o diretor. Um bom exemplo disso é o ator Fábio Enriquez, que vive o alterego de João Falcão, um diretor que está recrutando novos talentos. Além de atuar, Fábio é professor de teatro, dirige e escreve espetáculos para seus alunos encenarem. "De alguma forma eu tenho que tentar filtrar o que tem de melhor nas características do João e levar isso para cena. Essa realidade, de certa forma, já está em mim também", explica Fábio, que, assim como todos os demais atores emprestaram seus nomes para os personagens.


Mas Fábio não está sozinho nesta empreitada, ao seu lado está Elisa, uma fiel escudeira que vive às turras com o parceiro profissional, mas que sempre resolve todos os problemas criados pelo chefe. "Usei um aplique com dreadlock para dar maior veracidade ao estilo da personagem. Levava aproximadamente uma hora para ficar pronta", recorda a atriz Elisa Pinheiro. É ela, aliás, quem vai organizar, produzir, administrar, contratar e ajudar a tornar possível as vontades de Fábio. "Afinal de contas ela é produtora de teatro, ela resolve tudo e é bem prática", explica a atriz.

Parceira de trabalho de João Falcão desde a minissérie "O Auto da Compadecida", da Globo, de 1999, mas na época como assistente, Flávia Lacerda agora é quem ficou responsável pela direção da série. "No teatro, a peça era sobre um autor escrevendo peças de teatro e tendo ideias de personagens. E esses personagens apareciam na cabeça do autor. Na televisão é um diretor fazendo um teste com um elenco. E a história do protagonista é bem similar com a história do João", afirma ela, destacando também o desempenho da equipe de cenografia, arte e figurino, pois cada personagem trazia um universo a ser reinventado sem qualquer compromisso com o espetáculo.

Histórias verídicas com doses fictícias de experiências de vida e, de outro, as dificuldades de montagens de uma peça, orçamento, dilemas de diretor/autor e produtores também permeiam os diálogos de "Clandestinos - O Sonho Começou". De todos os momentos por onde esteve desde o projeto "Clandestinos", iniciado em 2008, até a nova série da Globo, João Falcão garante que o mais o tocou foi ver os atores que estão na luta por um espaço. "Cheguei a fazer audição de 400 pessoas em uma semana para o projeto do espetáculo. Foi uma overdose de histórias emocionantes, teve uma hora que estava exausto e meio à flor da pele mesmo. Mas tudo depende do momento, da identificação", revela.

Fonte: UOL TV

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