Todo local de trabalho pode trazer situações engraçadas, ainda que rotineiras. É justamente isso que o especial de fim de ano da Globo, "Batendo Ponto", pretende retratar através do humor. Com direção-geral de José Lavigne e protagonizado por Ingrid Guimarães na pele da secretária Val, o programa, que vai ao ar em dezembro, mostra como um feriado à vista pode interferir nos funcionários de um escritório de uma fábrica de cola. Afinal, todos querem aproveitar para descansar. "É um feriado municipal e ninguém quer ficar para trabalhar. Uma situação típica de empresa brasileira pequena", explica o autor Paulo Cursino, durante gravação do especial no Projac. "Finalmente, a secretária não vai ser coadjuvante dessa vez", completa Ingrid.
Mas a presença do novo chefe, Guilherme, vivido por Pedro Paulo Rangel, pode complicar a vida dos empregados. Ainda mais porque surgem boatos de que alguém será demitido por conta da chegada de um misterioso envelope azul. O único que não fica abalado é Nestor, de Stênio Garcia, que já é funcionário da fábrica há 45 anos. "Meu personagem está sempre provocando uma situação para ser mandado embora e receber indenização", explica o ator. No meio disso tudo, está o típico puxa-saco Paiva, interpretado por Felipe Abib. Preocupado em mostrar serviço, ele sugere ao chefe que deixe duas pessoas de plantão durante o feriado. "Ninguém gosta muito dele dentro da empresa. O Paiva se acha acima dos outros", destaca Felipe.
Na cena, todos os funcionários estão tensos com a troca de chefia. Ainda mais porque Guilherme é conhecido como "Guilhotina". Para causar uma boa impressão, preparam uma simpática festa de boas-vindas para ele. Obviamente, Paiva puxa um coro na empresa: "Guilherme! Guilherme!". E o chefe, quando sai de sua sala, aproveita para fazer uma piadinha: "O 'Guilhotina' não existe. Eu não corto nem manteiga". Depois do comentário, um silêncio constrangedor paira no ar. Mas, rapidamente, os funcionários caem na risada para acompanhar Guilherme.
O ensaio desse momento da cena, aliás, foi a diversão nos bastidores. Luis Miranda, que vive o Jorge, parou tudo e pediu, de maneira bem-humorada, um auxílio para Pedro Paulo Rangel: "Nos dê o tom da risada, por favor". O intérprete do Guilherme soltou um sonoro e pausado "Rá rá rá". Todos os atores imitaram a gargalhada seca em seguida. O intuito era passar a ideia de que os empregados da empresa estavam apenas rindo da piada do chefe para agradá-lo e não porque realmente acharam graça. No canto do cenário, estavam Ingrid e Alexandre Nero, que dá vida ao Caíque. Os atores ensaiavam suas falas com o diretor, que dava dicas de como fazer a melhor entonação e de como se portar em cena. Afinal, os personagens dos dois vivem um romance escondido. Mas a verdade é que todos na empresa sabem do caso. "Eles devem transar na hora do almoço", brinca Ingrid. "Ou ficam para o trabalho extra", completa Alexandre.
Para dar um ar ainda mais descontraído ao programa, o figurino é muito importante. Todos as roupas têm a proposta de serem acima do tom e caricatas, com muitas cores vivas. Para isso, a figurinista Sônia Soares buscou referências no palhaço. "Não é roupa de palhaço, mas o ator pode trabalhar em cima daquilo", justifica. "Tem uma coisa felliniana e um exagerozinho", completa o diretor, referindo-se ao diretor italiano Federico Fellini. Lavigne está animado com a possibilidade de o programa entrar para a grade de 2011 da Globo. "Confio no texto do Paulo Cursino, consegui reunir um grande elenco e o resultado está ficando legal. Se o diretor não falhar, vai dar tudo certo", prevê, bem-humorado.
Fonte: UOL TV
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