Recentemente, foi noticiado que o “Homem do Baú”, Silvio Santos, estaria pensando seriamente em se aposentar. A notícia não pegou o público de surpresa, já que em 2003, Silvio pregou uma peça na imprensa. Em entrevista para a revista “Contigo!”, ele confessou que, por conta de uma doença, estava com os dias de vida contados e que venderia o império SBT. Tudo uma grande brincadeira do dono da emissora.
Porém, segundo nota publicada em setembro deste ano, na coluna “Ooops!”, Silvio teria desabafado com um amigo a vontade de diminuir seu ritmo de trabalho. Para isso, ele sairia de cena em suas atrações dominicais e se dedicaria apenas ao comando de sua emissora.
Nos corredores do SBT, a suposta aposentadoria do patrão divide os funcionários. Os mais próximos de Silvio desconfiam que a história não passe de um boato. Para Marcelo Médici, que interpretou Zoinho em “A Praça É Nossa”, Silvio possui duas facetas muito fortes: Ele é tanto artista quanto empresário. “O artista está serviço do empresário. Se o homem de negócios achar que o artista deve sair, acho que acontece. É imprevisível, não podemos subestimar isso”, disse. No entanto, a dúvida continua no ar e o silêncio do empresário parecer alimentar o burburinho sobre o assunto.
Será que após 50 anos de carreira na televisão, Silvio Santos estaria mesmo pensando em se aposentar das telas? Se a notícia for realmente verdadeira, o que perde a televisão brasileira com a saída desse grande comunicador? Você conseguiria imaginar os domingos sem ele? Em homenagem ao precursor dos programas de auditório, o leitor é convidado para uma viagem pela trajetória desse homem que foi e continua sendo, uma escola para vários apresentadores da televisão.
É fato consumado que ninguém consegue ouvir o bordão “Quem Quer Dinheiro” sem, de prontidão, remetê-lo ao carioca Senor Abravanel, mais conhecido como Silvio Santos. Figura marcante nos 60 anos de televisão brasileira como apresentador e empresário, Silvio ganhou o carinho do público em 1961, quando visitou o lar de milhares de brasileiros pela primeira vez, com a atração “Vamos Brincar de Forca”, tornando-se precursor dos programas de auditório na TV.
De origem judia, Silvio começou sua trajetória batalhando como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, posteriormente passando pela Escola de Pára-quedistas do Exército e viajando com caravanas artísticas até chegar à televisão, em 1961. “Li a biografia dele e fui começando a admirar seu talento como comunicador e empreendedor. Ele é um cara que tem o dom de visualizar certas oportunidades”, contou o apresentador André Vasco, atualmente no comando da atração “Qual é o Seu Talento”, no SBT.
Com a audiência da atração “Vamos Brincar de Forca”, em 1961, Silvio ganhou o horário nobre da TV Paulista, aos domingos. Nessa época, ele emplacou diversos quadros como “Cuidado com a buzina”, “Só compra quem tem”, “Rainha por um dia”, “Partida de 100” e “Pergunte e Dance”. Com o espaço conquistado, lançou um programa com o próprio nome, o “Programa Silvio Santos”. Nele, marcaram presença figuras como o locutor Lombardi, o produtor Roque e o animador Liminha.
O ator e humorista Marcelo Médici, grande entusiasta do apresentador, contou que, durante a infância, deixava de brincar na rua para assistir “Domingo no Parque”, atração de 1968. “Eu saia para brincar na rua, mas voltava correndo pra casa quando começava ‘Domingo no Parque’. Lembro das músicas, das brincadeiras e até do merchandising”, disse. Já André Vasco entregou que conferia o resultado da Tele Sena com as avós. “Minhas avós compravam a Tele Sena dele. Também me lembro de passar as férias com elas assistindo ‘Topa Tudo por Dinheiro’”, contou, ao admitir que assistir Silvio Santos aos domingos é tradição.
Com o público aos seus pés, Silvio lançou o bordão “Domingo é dia de alegria” e passou a dominar grande fatia do domingo na televisão, com programas marcantes como: “Show de Calouros”, “Disco de Ouro”, “Quem Sabe Mais” e “Sinos de Belém”, no qual chegou até a participar de uma das brincadeiras, que o levou a correu pelas escadas de emergência de um prédio. Nessa época, recebeu o prêmio “Roquette Pinto” de “Melhor Animador do Ano” e de “Personalidade Artística do Ano”.
Em 1981, Silvio Santos inaugurou o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), apostando em uma programação voltada para a população de baixa renda. A estratégia caiu nas graças do público que se encantou com atrações comandadas por sujeitos como Gugu Liberato, Raul Gil, Moacyr Franco, J. Silvestre e Flávio Cavalcanti.
Com o SBT, Silvio batalhou espaço na disputa pela audiência com outras emissoras, ganhando projeção com os programas “Qual é a Música”, “Porta da Esperança”, “Em Nome do Amor” e “Programa do Bozo”, com o palhaço e sua turma formada pelo Papai Papudo, vovó Mafalda, Kuki e Salci Fufu. “O Silvio é um comunicador. Além de ser dono, ele vai pra frente da televisão, participa dela”, disse Marcelo Médici. “Ele está no nosso consciente coletivo, faz parte da história do brasileiro”, falou sobre a carreira do apresentador e empresário.
Para André Vasco, a receita do sucesso de Silvio está na sua versatilidade com o público. “Ele tem o dom de falar pra todas as idades e todas as classes sociais. Sua eloqüência e dicção são suas características marcantes”, disse o apresentador. E Médici salientou. “Ele tem o maior prazer, age como um menino quando está na frente das câmeras. É tudo de coração. Não consigo imaginá-lo mal humorado gravando um programa”.
Silvio é, de fato, um ícone da televisão brasileira. Com sua suposta saída, deixaria seu público órfão nos quatro cantos do país e os domingos perderiam a alegria e a plateia mais feminina do Brasil. “Silvio fez escola. Impossível não admitir isso”, afirmou Médici. E agora, Silvio?
Fonte: Famosidades
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