Gabriel Braga Nunes foi escalado de última hora para interpretar o vilão Léo de "Insensato Coração". Inicialmente, o papel pertencia ao ator Fábio Assunção, que chegou a gravar cenas no Rio e em Florianópolis. Mas, alegando que não estava preparado para fazer uma novela das nove, Fábio desistiu do personagem. A produção, então, teve que buscar logo um substituto. Entre Gabriel fechar o trabalho e começar a gravar se passaram apenas quatro dias. "Não podia deixar de fazer um vilão do Gilberto Braga. Lembro que recebi 18 capítulos de uma só vez. Não tive processo de preparação. Fui logo começando a trabalhar e gravei dez cenas no primeiro dia", conta.
Para Gabriel, a falta de ter feito um laboratório não foi problema. "Eu acho que, muitas vezes o fato de não ter uma grande preparação te ajuda a manter o frescor das descobertas. Você vai descobrindo a relação e, de alguma forma, às vezes fica mais rico. Nos últimos anos, minha linha de trabalho é cada vez menos de composição e mais de observação ao meu redor", justifica.
Por conta da troca de atores, Gabriel teve que refazer algumas cenas que já haviam sido gravadas por Fábio. "Nenhum dos atores com quem contracenei me pareceu incomodado por ter que gravar novamente. Se alguém ficou chateado com isso, disfarçou muito bem", analisa. E Gabriel também explica que não houve saia justa entre ele e Fábio. "Acompanho o trabalho dele há muito tempo. Pegar esse personagem que era dele me enche de orgulho. Rodamos um filme juntos há seis meses. Somos amigos", diz Gabriel, se referindo ao longa "O País do Desejo", de Paulo Caldas, que vai ser lançado ainda este ano. Depois que as gravações da novela das nove começaram, Fábio Assunção ligou para Gabriel. "Ele é um cara incrível. A gente se falou recentemente e ele está torcendo muito pelo sucesso dessa novela. Trocamos muitas dicas sobre o trabalho. Ele está parceiro nessa", avisa.
Vilões de Gilberto Braga são sempre capazes de tudo. Foi assim com a Maria de Fátima (Glória Pires) de "Vale Tudo" e, mais recentemente, o Olavo (Wagner Moura) de "Paraíso Tropical". Com Léo não vai ser diferente. Dono de uma maldade sem tamanho, ele não perdoa nem mesmo o irmão, o piloto Pedro (Eriberto Leão), e morre de inveja da admiração que o pai, Raul (Antônio Fagundes), sente pelo caçula. O vilão não vai economizar nas maldades: ele vai mentir para afastar Marina (Paola Oliveira) de Pedro.
Quando o caminho estiver livre, Léo conquista a mocinha e se casa com ela. Tudo para ter o que é do irmão. Depois disso, Léo forja a própria morte só para incriminar o piloto e ainda tenta matar o pai. "Ele é um prato cheio para mim. É muito estimulante. Tenho vários personagens dentro de um só. Tem um lado carismático, sedutor...Ele se relaciona com quase todo mundo da novela e com cada um ele se relaciona diferente", observa.
A dobradinha com Paola Oliveira, aliás, vai acontecer pela segunda vez em menos de um ano. Em 2010, ele fez uma participação na minissérie "As Cariocas" ao lado da atriz, no episódio "A Atormentada da Tijuca". "Gostei muito de trabalhar com a Paola. Ela virou uma amiga querida a partir do primeiro dia em que contracenamos", rememora.
Quando foi escalado para "As Cariocas", Gabriel tinha acabado de fazer o mafioso Tony de "Poder Paralelo", na Record. Gabriel, que fez cinco novelas na Record em cinco anos, disse que não imaginava estar em "Insensato Coração". "Tinha outros planos para 2011, longe da televisão. Mas o destino fez essa grande surpresa. Eu nunca decidi trocar de emissora e depois destrocar de emissora", explica o ator, que é contratado por obra na Globo. Dos tempos de Record, o ator carrega boas lembranças: "Esses últimos cinco anos foram importantes na minha vida. Tenho muito orgulho das coisas que eu vivi lá. A parceria com Lauro César Muniz [autor de "Poder Paralelo"] foi maravilhosa".
Fonte: UOL TV
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