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terça-feira, 3 de maio de 2011

Escalando o elenco de uma novela


Devido à concorrência entre emissoras e a disputa por determinados atores dentro da mesma emissora, tem se tornado comum autores e diretores convidarem profissionais para seus elencos com meses, e até anos, de antecedência. Porém, da data do convite até o início das gravações da novela, propriamente dita, muita água passa por baixo da ponte.

Além do convite do autor, existe um acerto entre a emissora e o ator, que às vezes pode não acontecer. Há atores que trabalham por obra e mesmo os que têm contratos longos com a emissora, não são obrigados a aceitar determinados trabalhos. Há uma conciliação de interesses. Profissionais em início de carreira tendem a trabalhar mais, porque querem visibilidade. Os veteranos são mais seletivos.

Há casos em que o ator é convidado para outra produção num papel de maior destaque. O ator é livre para escolher o que considera melhor para sua carreira. Isso é perfeitamente compreensível.

E há casos extremos em que as gravações já começaram e, ainda assim, por motivo de força maior, o ator deixa o elenco havendo a necessidade de escalação de um substituto, como foi o caso de Fábio Assunção e Ana Paula Arósio em “Insensato Coração”.

Por isso, autores e diretores sempre trabalham com uma lista dupla, tríplice e até quádrupla de possíveis intérpretes para cada personagem.

Portanto, é absolutamente normal que alguns atores sejam substituídos até o início das gravações. Não há nada de errado nisso. Não é porque o ator “x” recusou o papel que a produção deixará de ir ao ar, ou que o autor vai abandonar o projeto. Atores no mercado querendo uma oportunidade não faltam!

Há situações em que um ator, que sequer foi cogitado para o papel, entra, dá show e este personagem se torna um divisor de águas em sua carreira, como foi o caso de Regina Duarte e sua Viúva Porcina em “Roque Santeiro”. Na versão original o papel pertencia à Betty Faria.

Alguns da imprensa, que muitas vezes insistem em “fabricar” notícias para atrair audiência e leitores, têm usado desses fatos para importunar os autores e até mesmo para insinuar desavenças entre eles e suas equipes. Mas tais ajustes são absolutamente normais e fazem parte da rotina de quem trabalha com produção audiovisual.

É preciso que a imprensa cumpra o seu papel de informar, porém sem fomentar a discórdia entre os profissionais da área, pois isto não é, definitivamente, o que se espera dela.

O fato é que, a partir do momento que a emissora decide produzir uma obra, com o ator A, B, C ou D, ela irá ao ar. Para sorte de uns ou azar de outros. 

2 comentários:

  1. Marcos,

    falou e disse. Que bom seria que todos aqueles que escrevem sobre TV fossem dotados de lucidez, imparcialidade, e - acima de tudo - caráter!

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  2. Alex,

    É o mínimo que podemos esperar de uma imprensa séria e comprometida: checar suas fontes de informações, e, de preferência, ouvir os dois lados da questão.

    O problema é que hoje, com o advento da internet, qualquer um pode escrever o que quiser. E, graças ao imenso poder dessa ferramenta, na maioria das vezes, quando se dá conta, o estrago já está feito...

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