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sábado, 7 de maio de 2011

Gabriel Braga Nunes rouba a cena em "Insensato Coração"


Toda vez que ouço aquele acorde da guitarra de Roberto Frejat tocando um trecho da música Satisfaction, em Insensato Coração, me arrepio da cabeça aos pés. É porque sei que Leonardo, o grande vilão da trama das 9 vai aprontar alguma. A cena em que ele jogou um carro no poste, matou a sangue frio outro bandido, explodiu o veículo e saiu caminhando ao som de Satisfaciton já é uma das mais inesquecíveis dos últimos tempos. A face fria e demoníaca de Gabriel Braga Nunes foi – e tem sido – a cobertura no bolo de maldades que Gilberto Braga e Ricardo Linhares criam para o personagem. E credenciam o rapaz, antecipadamente, ao posto de melhor ator de 2011.

Ninguém hoje na TV tem um rosto mais dramático do que Gabriel. Ele não precisa fazer acrobacias ou caretas para passar tudo o que deseja, já que cada mínima expressão que faz diz muita coisa. Só que Gabriel está faminto e devora cada cena que tem na novela como se fosse a última refeição da sua vida e devolve ao público um banquete de fortes emoções. Na telinha, Léo destrói sem o menor pudor a vida do irmão, Pedro (Eriberto Leão), trapaceia o próprio pai, Raul (Antonio Fagundes), e passa como um trator por cima de qualquer pobre coitado que apareça em seu caminho. O personagem já é rico e achou um intérprete em estado de graça. Tenho certeza que Fábio Assunção desempenharia Léo com bastante eficiência. Mas não seria o mesmo Léo que temos hoje. A saída do ator para se curar de um vício terrível foi uma benção não só para ele, mas também para Gabriel Braga Nunes e para o público. Gilberto e Ricardo não sabiam, mas escreveram o vilão de Insensato Coração desde o início para Gabriel. Ele nasceu para fazer esse papel. Apesar de suas excelentes interpretações como Gilberto (As Cariocas, 2010), Tony Castelamare (Poder Paralelo, 2009), Antônio Maciel (Cidadão Brasileiro, 2006), Fernando (Essas Mulheres, 2005), Victor (O Beijo do Vampiro, 2002) e Augusto (Terra Nostra, 1999), Léo é o grande papel de sua carreira.

Victor (O Beijo do Vampiro, 2002) e Augusto (Terra Nostra, 1999)

Ele é simpático, dissimulado, carismático e, por isso mesmo, muito perigoso. Aliás, todo psicopata é muito envolvente e sedutor. E Léo é um psicopata dos mais letais. Não há um motivo que justifique tantas maldades, mas a verdade é que a crueldade está carimbada em sua alma. Gabriel percebeu isso e joga com essa dualidade o tempo todo. O ator consegue tornar o personagem um doce e ao mesmo tempo intragável. Tudo isso, muitas vezes, na mesma sequência. Gabriel tem uma característica que eu adoro, encontrada também em outras grandes atrizes como Gloria Pires, Lídia Brondi, Júlia Lemmertz e Deborah Evelyn, que é a naturalidade. Para eles, atuar parece ser tão simples… A impressão é que Gabriel tira de letra desempenhar o Léo, mas imagino o trabalho emocional e de expressão corporal e facial que ele desenvolve diariamente. Por isso é tão bom. Para Gabriel Braga Nunes tiro o meu chapéu quantas vezes forem necessárias!

E fique de olhos, porque o vilão promete aprontar muito nos próximos capítulos da trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares.

Fonte: Jorge Brasil, da Contigo

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