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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Caio Castro defende o personagem Antenor

Um jovem, que tem vergonha da profissão e das roupas da mãe. Assim é o estudante de medicina Antenor, vivido por Caio Castro em “Fina Estampa”, que lembra muito a dissimulada Maria de Fátima de Glória Pires em "Vale Tudo" e o ambicioso Guilherme (Klebber Toledo) de "Morde e Assopra". O galã, no entanto, prefere não censurar a atitude duvidosa de seu personagem. Pelo contrário, ele diz que entende as razões do jovem, que contratou uma atriz para interpretar Griselda/Pereirão (Lília Cabral) em um jantar com a família da noiva. Para Castro, por amor, vale tudo. Leia a entrevista:
Seu personagem diz que tem vergonha da mãe e do que ela faz. Como você vê a atitude do Antenor?
Eu acho que entendo o que ninguém entendeu até agora. As pessoas me perguntam como é fazer um vilão, um mau caráter. É claro que eu não teria as mesmas atitudes dele, mas o entendo perfeitamente. Ele é apaixonadíssimo, tem um amor incondicional pela Patrícia (Adriana Birolli) e ela é uma mulher rica. Além disso, tem uma mãe fresca, cheia de etiqueta. E acha que se a mãe da amada se encontrar com a mãe dele, que não tem etiqueta, tem trejeitos de homem e o trabalho que tem, já começa o problema.
Você entende ele dizer que tem vergonha da mãe?
Eu não o julgo. Porque ele tem um lado humano também, principalmente por conta da paixão. E é isso que explica essas atitudes. Tem algumas cenas em que ele se mostra humano. Ele é moleque, por mais que tenha a minha idade, ainda é um menino. Vê as coisas do jeito dele, acha que a mãe não pode ter esse tipo de trabalho. É isso que o deixa ele envergonhado, não o fato de ser pobre.
Mas, ele diz que quer sair da pobreza...
Isso não quer dizer que vá fazer coisas ruins por isso. Vamos combinar que ninguém gosta de ser pobre? Todo mundo quer conforto. E ele não está com ela por dinheiro, mas porque a ama de verdade.
Você acha que por amor vale tudo?
Acho que sim. Por amor, vale qualquer coisa. Só que antes de eu amar qualquer pessoa, eu me amo. Se tivesse que me lesar, seria por alguém da minha família ou por um filho. Por alguém que não tenho certeza de que vai ser para sempre, não.
O que você tem dele?
A ambição de fazer bem feito e de conseguir o que eu quero. Mas, claro que é um pouco diferente. Ele passa por cima de tudo pra conseguir o que quer, eu já sou um pouco mais humano.
Como é trabalhar com a Adriana Birolli?
É sensacional. Eu não a conhecia. Quando fiquei sabendo que ela ia ser meu par, fiquei assustado, porque nunca a tinha visto. E se eu deixasse para encontrá-la só no set, seria difícil. Comecei a correr atrás dela como um homem apaixonado. Calhou de fazermos uma campanha juntos. Foi um encontro forçado, mas a gente tinha que se conhecer. Um casal mega apaixonado na trama, sem intimidade pessoal nenhuma, não soaria verdadeiro. Aí ficamos super amigos e, quando começamos a fazer as cenas, foi muito gostoso. Adoro a Birolli, é muito gostoso fazer um personagem com ela.
Existe uma história de que você virou ator por conta de uma brincadeira. Isso é verdade?
Mais ou menos. As pessoas me sacaneavam, diziam que eu não estudava, que faculdade eu ia fazer. E eu brincava com eles, dizendo que ia fazer uma parada bem louca e ia acabar fazendo "Malhação". Dois meses depois, eu estava na novela.
Então, você não queria ser ator?
Não. Foi meio por acaso. Entrei no concurso do “Caldeirão do Huck”, que ia escolher um casal de atores. Me inscrevi de onda, mas acabei passando. Era coisa de moleque mesmo.
Quando você se apaixonou pela profissão?
Quando você começa a trabalhar, vê que tem uma responsabilidade. Na verdade, a gente é pago para esperar, porque o trabalho de ator, dentro do set, é muito divertido e prazeroso. Quando dá tudo certo, até quando tem um erro ou outro, tem algo dentro de você que começa a te mover. Quando eu sou desafiado, eu faço. Sou muito ambicioso e perfeccionista neste sentido.
Fonte: UOL TV

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