Fórmula 1 derrapa na televisão

O técnico em eletrônica Ricardo Sobrinho tomou uma decisão no fim do último GP da Hungria: vai pensar duas vezes em dizer não à mulher, quando ela lhe pedir para levar o cachorro para passear num domingo pela manhã. Fanático por Fórmula 1, naquele dia Ricardo desligou a televisão incrédulo e sem esquecer o narrador Galvão Bueno pedir para o brasileiro Bruno Senna não se arriscar em uma ultrapassagem, pois o décimo lugar na prova já estava bom demais.

A verdade é que há mais de dois anos o “Tema da Vitória” não é tocado ao fim de uma corrida de Fórmula 1 transmitida pela Rede Globo. O último brasileiro a ganhar uma corrida foi o veterano Rubens Barrichello, no dia 13 de setembro de 2009, em Monza, quando ele ainda corrida pela Brawn – aliás, as decepções começaram neste ano, quando Rubinho estava novamente na melhor equipe e, de novo, assistiu seu companheiro (desta vez o inglês Jenson Button) ser campeão.

O alarme para a perda de audiência e da fuga de torcedores fanáticos pela Fórmula 1 da frente da televisão, como o técnico em eletrônica Ricardo, foi dado em junho pela colunista Keila Jimenez, do jornal “Folha de S. Paulo”. Na época, quando Vettel já havia vencido cinco das seis provas disputadas, a média de audiência era de 9,4 pontos. Para efeito de comparação, no Grande Prêmio do Brasil de 2008, quando Felipe Massa perdeu o título para Lewis Hamilton a poucos metros da bandeirada, esta média foi de 17,1 pontos.

Nem o gostinho do pódio o brasileiro tem tido, lembra Ricardo. A última vez que um piloto nacional esteve lá foi há mais de um ano. No dia 24 de outubro do ano passado, Felipe Massa, terceiro colocado no GP da Coreia do Sul.

O geólogo Marcelo Rodrigues, torcedor desde os bons tempos, aconselha aos torcedores brasileiros a enxergarem a Fórmula 1 como ele. “As corridas com esta zona de pneus, asa móvel e kers ficaram muito loucas. Ver a Ferrari apanhar, apelar e apanhar de novo, o Koba arrancar pedaço, o Hamilton perder noção, o Schummi compensar a falta de reflexo com muita violência gratuita, o Vettel sobrar e o velho Lord Button ganhar corridas, é a F-1 como há muito não via. Quem não está assistindo está perdendo.”

Com informações do Yahoo