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sábado, 1 de outubro de 2011

Tiago Santiago comenta "Amor e Revolução"


Tiago Santiago já havia escrito a cena do segundo beijo entre as personagens Marina e Marcela quando foi avisado pelo SBT que não deveria mais insistir no assunto. Em entrevista ao blog, ele conta que achou “bom” ver a cena na internet, “para aqueles que têm muita vontade de vê-la.”

O autor de “Amor e Revolução” está otimista quanto ao desempenho da novela nesta reta final. Prevê que a audiência deve aumentar com o fim de “A Fazenda” e “O Astro”, concorrentes diretos. Santiago também conta que escreveu 30 capítulos a mais do que programado, o que permite dizer que a novela pode se estender até 2012, se o SBT quiser. Leia a seguir a entrevista.

Por que “Amor e Revolução” foi a novela mais difícil de sua vida, como você escreveu hoje (28/9) no Twitter?
Foi a novela mais difícil por vários motivos. Primeiro, porque foram dois trabalhos simultâneos: pesquisar e escrever; segundo, porque escrevi o equivalente a nove capítulos por semana, para cumprir o cronograma de entrega de capítulos, até o começo de agosto, quando terminei; terceiro, porque o resultado da audiência foi abaixo do esperado, apesar da qualidade alcançada.

O SBT informou, em julho, que uma pesquisa mostrou a rejeição do público a cenas de violência e a “beijo gay explícito”. Por que você escreveu novamente uma cena com beijo entre duas mulheres?
A cena já estava escrita na época em que houve a decisão de não exibir mais beijos homossexuais.

Como você viu o fato de a parte final da cena ter sido cortada, incluída no site da novela e depois também retirada de lá?
Vi com muito interesse esses desdobramentos da questão, e achei bom que a parte final da cena tenha sido disponibilizada na rede para aqueles que têm muita vontade de vê-la.

Você e o SBT tinham uma expectativa de audiência em relação à novela que não se realizou. Você acha possível o Ibope da novela subir ainda? Por quê?
Sim. Acho possível e até provável que o Ibope da novela suba, tanto que apostei meu nome. Vai terminar a “Fazenda 4”, depois vai terminar “O Astro”, que são concorrentes fortes no horário da novela. A tendência de todas as novelas é dar uma subida no fim. E ainda temos alguns meses de exibição antes da novela acabar.

Quando termina “Amor e Revolução”?
Isso vai depender do ritmo da edição dos capítulos. Prefiro que o Departamento de Comunicação do SBT responda diretamente a esta questão. O que posso lhe adiantar é que escrevi o equivalente a 210 capítulos, 30 a mais do que a previsão inicial de 180.

O que você pode adiantar sobre os próximos passos da novela?
Estamos no ar com a novela em março de 1968, a morte do Edson Luis, o confronto dos estudantes com a repressão da ditadura. Temos bons trunfos para esta fase final. 1968 foi um ano cheio de emoções no Brasil. A história é mais viva na memória do brasileiro a partir desta data. Vamos ter explosão no quartel, assalto a banco, sequestro de militar, a guerrilha urbana a todo vapor, a passeata dos 100 mil, invasão e espancamento no Teatro. Na trama, o mistério de Violeta/Olivia vai ser revelado para todos no julgamento de Filinto pelo tribunal revolucionário. Em seguida, vamos ter o casamento de José e Miriam, uma sequência de cenas antológicas com mais um enlace desfeito à beira do altar; o AI-5; a ida de José para a guerrilha, deixando o Exército, logo após o AI-5, em dezembro de 68; e em 1969, vamos ter o sequestro do embaixador americano, entre outras cenas de forte emoção. A curva dramática cresce em intensidade, na fase final.

A novela vai até que período?
Vamos até 1970, com o cerco ao Vale da Ribeira, a repressão forte que se abateu sobre a guerrilha, ao mesmo tempo que o Brasil vibrava com o tricampeonato na Copa; e depois cortamos para epílogo, no último capítulo, em 1984, com as Diretas Já, o povo na praça, representando a queda da ditadura. Apesar da audiência abaixo do esperado, até agora, “Amor e Revolução” é um trabalho do qual vou me orgulhar pelo resto da minha vida.

Fonte: Mauricio Stycer, do UOL

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