Escrever remakes é uma forma de reconhecer
uma obra de grande sucesso no passado , de apresentá-las ao público mais jovem
e de matar a saudade, mas também é uma maneira de superar a falta de
criatividade de autores atuais e salvar um horário da baixa audiência.
Geralmente, as novas versões ou as chamadas
adaptações dão muito certo. Foi o caso de ‘O Astro’ e de ‘Ti-Ti-Ti’, ‘Éramos
Seis’ e ‘A Escrava Isaura’. Ou então viram desastres como ‘Irmãos Coragem’ e
‘Pecado Capital’. De qualquer maneira, um remake de sucesso ressuscita a
vontade de fazer outro. É por isso que ‘Gabriela’ e "Guerra dos
Sexos" voltaram ou estão voltando à telinha.
‘Gabriela’: Ainda é cedo para
falar do remake. A releitura de Walcyr Carrasco mostra uma Gabriela muito mais
sensual e madura na pele de Juliana Paes. A personagem de Sonia Braga passava
uma malícia mais natural e trazia maior frescor. Talvez por ter sido muito mais
marcante que outros remakes, difificilmente entrará para história como em 1975.
‘O
Astro’ (2011):
Um sucesso. O remake assinado por Alcides Nogueira respeitou muito a obra de
Janete Clair sem deixar de ser atual. O elenco estava em sintonia. Carolina Ferraz
provou que tem fôlego para protagonista, e seu par romântico, Rodrigo Lombardi,
também estava muito bem. Regina Duarte, que deu vida a Clô, mostrou que, quando
faz uma despirocada, sempre se dá bem.
‘Ti-Ti-Ti’
(2010):
Se existe alguém que sabe fazer uma boa adaptação, essa pessoa é autora Maria
Adelaide Amaral (pelo menos quando se trata de obras de Cassiano Gabus Mendes).
Além de ter feito ‘Anjo Mau’ (1997), ela adaptou duas novelas (‘Ti-Ti-Ti’ e
‘Plumas e Paêtes’) para o horário das sete e juntou numa só (‘Ti-Ti-Ti’).
Claudia Raia, que deu vida à adorada Jaqueline, roubou a cena. Aliás, a novela
foi dela. Mas, justiça seja feita, todo o elenco, que foi dirigido pelo ótimo
Jorge Fernando, estava muito afinado.
Anjo
Mau’ (1997):
Adaptação de Maria Adelaide Amaral do folhetim de Cassiano Gabus Mendes (de
1976) correspondeu às expectativas e cativou o telespectador. Trouxe Gloria
Pires como a babá Nice e Alessandra Negrini como a vilã Paula.
‘As
Pupilas do Sr. Reitor’ (1994): Pegando carona no sucesso de "Éramos
Seis", o SBT lançou o remake. A primeira adaptação do livro homônimo foi
escrita por Lauro César Muniz (de 'Máscaras') em 1970 para a Record. O mesmo
autor refez a trama para o SBT. Ela não teve o mesmo desempenho na audiência de
sua antecessora, mas foi igualmente marcante. Trazia Juca de Oliveira, Debora
Bloch, Du Moscovis, Luciana Braga e Tuca Andrada como protagonistas.
‘Cabocla’
(2004):
Foi o lançamento de Vanesssa Giácomo no papel eternizado por Glória Pires. O
remake da trama rural, adaptada pelo autor Benedito Ruy Barbosa em 1978, também
foi escrito pelas filhas dele, Edmara e Edilene. A dupla respeitou o estilo do
pai e a novela caiu no gosto de quem nunca tinha visto a história e também de
quem já tinha assistido. A trama foi o aval que a emissora precisava para
começar a refazer tramas de sucesso. E foi graças a ela que a mulherada
brasileira conheceu Malvino Salvador (que cá para nós ficava bem melhor de
barba!).
‘O
Cravo e a Rosa’ (2000): A trama assinada por Walcyr Carrasco foi inspirada em
"A Megera Domada", de William Shakeaspeare, mas também trazia
referência de novelas como "A Indomável" (1965) e "O
Machão" (1974). A novela alavancou o horário das seis, que até então tinha
altos e baixos. Destaque para Adriana Esteves e Du Moscovis como protagonistas.
‘Ciranda
de Pedra’ (2008):
A adaptação do livro homônimo de Lygia Fagundes Telles para a TV foi um sucesso
em 1981. Já a nova adaptação foi um fracasso. O elenco foi mal escalado,
ninguém acreditava que Ana Paula Arósio poderia ser mãe de três meninas e a
história não pegou.
‘A
Escrava Isaura’ (2004):
Segunda adaptação do livro homônimo. Foi um grande sucesso na Record e chegou a
encostar na audiência da novela das sete da Globo, "Começar de Novo",
que foi um erro assinado por Antonio Calmon. A Record recuperou suas forças com
a novela depois da malsucedida "Metamorphoses". Destaque para a
direção de Herval Rossano, que também dirigiu a versão da Globo (de 1976 e que
se chamava "Escrava Isaura").
‘Irmãos
Coragem’ (1995):
Outro remake de um megasucesso de Janete Clair que não vingou. Tudo estava fora
de lugar e a direção não se entendeu com os autores (Dias Gomes e Marcílio
Moraes). Uma pena, porque o remake marcava os 30 anos da Globo, foi feito um
enorme alarde e não correspondeu às expectativas. Destaque para Dira Paes (em
sua segunda novela), que viveu Potira.
‘Louca
Paixão’ (1990):
Uma adaptação da Record da primeira telenovela brasileira diária, "2-5499
Ocupado" (1963), que tinha Tarcísio e Gloria Menezes nos papéis principais.
A trama bem sucedida trazia Maurício Mattar e Karina Barum nos papéis
principais.
‘Mulheres
de Areia’ (1993):
O remake da novela Ivani Ribeiro fez tanto sucesso quanto sua original
apresentada e 1973. O folhetim também tinha personagens de outra trama de
Ivani, "O Espantalho". Gloria Pires viveu as gêmeas Ruth e Raquel e
foi muito elogiada. O elenco tinha atores Raul Cortez, Carlos Zara (que viveu o
mocinho da primeira versão), Susana Vieira, Marcos Frota, que arrasou no papel
de Tonho da Lua. Foi reprisada pela segudna vez no Vale a Pena ver de Novo em
2011.
‘O
Profeta’ (2006):
Remake da obra de Ivani Ribeiro, teve Thiago Fragoso e Paola Oliveira nos
papéis principais. Bem escrita por Duca Rachid e Thelma Guedes, com supervisão
de Walcyr Carrasco, a trama caiu no gosto do público mais uma vez. Tudo
fucionou perfeitamente: os jovens atores, a direção, a cenografia. Um detalhe:
a trama fez tanto sucesso na década de 1970 na Tupi que fez a Globo encomendar
(a Janete Clair) uma história com a mesma temática, ‘O Astro’, e deu certo.
‘Paraíso’
(2009):
O remake da novela de Benedito Ruy Barbosa, mais uma vez assinado por suas
filhas Edmara e Edilene, ajudou a recuperar a audiência do horário das seis,
que foi derrubada pelo fraco desempenho de ‘Ciranda de Pedra’, sua antecessora.
Nem precisa dizer que a novela, a trilha e os atores foram muito elogiados pela
crítica. Nathália Dill e Eriberto Leão viveram os protagonistas.
‘Pecado
Capital’ (1998):
Com Carolina Ferraz , Du Moscovis e Francisco Cuoco (que foi o mocinho da
primeira versão), a adaptação de um dos folhetins clássicos de Janete Clair,
foi, digamos, um fiasco. O publicou não se empolgou com a releitura feita por
Glória Perez (que acrescentou novos personagens à trama). A impressão que se
tinha é que a história não se encaixava com a realidade da época.
‘Selva
de Pedra’ (1986):
Ao contrário dos outros remakes de Janete Clair, este deu certo. Christiane
Torloni arrasou no papel da enlouquecida Fernanda. A atriz entrando de vestido
de noiva preto na igreja foi marcante para qualquer criança ou pré-adolescente
da época. A trama não repetiu o grande desempenho da primeira versão, mas
encantou o público.
‘Sinhá
Moça’ (2006):
Remake da novela de Benedito Ruy Barbosa baseada em livro homônimo. Adaptada
por Edilene e Edmara Barbosa, a trama teve Débora Falabella e Danton Mello nos
papéis principais. Novamente um sucesso. A novela apresentou Ísis Valverde como
Ana do Véu. Desde então, a Suéllen de ‘Avenida Brasil’ não parou mais de
trabalhar.
‘Sonho
Meu’ (1993):
Novela baseada em "A Pequena Órfã" (1968) e "Ídolo de Pano"
(1974). A novela demorou para pegar, mas acabou conquistando o público.
‘Éramos
Seis’ (1994):
O remake da trama 1977 contava a história da família de Lola (Irene Ravache) e
Júlio (Othon Bastos) na efervescente São Paulo dos anos 1930. Um primor tanto
na direção quanto na cenografia e na atuação do elenco. Sabe quando tudo dá
certo? O SBT investiu muito e obteve um ótimo resultado em pouco tempo. Foi a
primeira novela de Ana Paula Arósio, Caio Blat e Otaviano Costa. Foi a quarta
versão da trama e entrou para a história.
Fonte: Yahoo
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