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terça-feira, 30 de abril de 2013

Agilidade e texto afiado marcam a estreia de “Sangue Bom”


Ótima estreia a de “Sangue Bom”, nesta segunda-feira (29/04) – a nova novela das sete da Globo, de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari. Um primeiro capítulo bem dirigido (Dennis Carvalho, Carlos Araújo e equipe), marcado por agilidade, com cenas curtas e clipadas. A dupla de novelistas veio com um texto afiadíssimo, em diálogos rápidos, espirituosos e sarcásticos – lembrou o texto de Carlos Lombardi. Frases de duplo sentido e expressões irônicas: “Não gosto de mulher que pisa” (personagem desaprovando slogan de campanha de sapato), “Mas morreu em que sentido?” (Barbara Ellen/Giulia Gam ao saber que o ex-marido havia morrido), “cara de cu-í-ca” (outra de Barbara Ellen, que, parece, tem muito a dizer na novela).

Será que os autores continuam neste ritmo ou foi apenas para impressionar? Pergunto porque não é bem o estilo das novelas de Maria Adelaide Amaral. Parece claro que “Sangue Bom” bebeu da fonte dos dois últimos sucessos do horário das sete: “Ti-ti-ti” (2010), também de Maria Adelaide e Villari, e “Cheias de Charme” (2012), de Filipe Miguez e Izabel de Olveira. Como elas, a nova trama das sete é colorida, viva, e combina com a agilidade proposta.

Agilidade também combina com juventude – reza a cartilha publicitária. Não por acaso, não se viu atores mais velhos no elenco. Os protagonistas são seis personagens jovens, em seus dramas de ter e ser. O mundo das celebridades e seus clichês ficaram explicitados em vários diálogos e situações. Lembrou a série “A Vida Alheia” (2010), de Miguel Falabella, e a novela “Celebridade” (2003-2004), de Gilberto Braga – que também tinha Dennis Carvalho na direção geral.

Referências à parte, “Sangue Bom” deve demarcar sua identidade própria já nos próximos capítulos. E passa longe de qualquer comparação com “Malhação” – como chegou a ser cogitado quando as primeiras chamadas foram veiculadas.

Os personagens centrais – que são vários – foram quase todos apresentados já nesta estreia, mesmo que em cenas rápidas – já deu para sentir a tônica deles (Bruno Garcia, Letícia Sabatella, Marisa Orth, Ingrid Guimarães, por exemplo). A trilha sonora, bastante executada, também chamou a atenção: hits internacionais e regravações brasileiras “descoladas” – como o próprio tema de abertura.

Malu Mader, quem diria, foi parar na Zona Norte de São Paulo, fazendo papel de pobre – ou de “nova classe C”. Os bairros da região foram devidamente mapeados e citados. A nova classe C – lembrada no texto – se sentiu homenageada. A Globo parece que não quer mais esquecê-la – como aconteceu em “Guerra dos Sexos”.

Fonte: Nilson Xavier, do UOL

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