Depois de 25 capítulos, finalmente, nesta
terça-feira “Flor do Caribe”, a novela das 18h da Globo, vai exibir o aguardado
acertos de contas do mocinho, Cassiano (Henri Castelli), com o grande vilão,
Alberto (Igor Rickli), que ele considerava seu melhor amigo, mas o traiu (foto
acima).
O mais recente trabalho do veterano Walter
Negrão chega a este momento em boa situação no Ibope. Já superou os números decepcionantes
da ótima trama que a antecedeu, “Lado a Lado”, e mostra curva ascendente.
Satisfeito com o resultado até agora, Negrão
(na foto com Grazi Massafera) conta, em entrevista ao blog, que prevê uma nova
virada na trama no capítulo 60, mas não adianta detalhes. Aos que o criticam
por ter usado o mesmo entrecho de “O Conde de Monte Cristo”, ele responde que a
obra de Alexandre Dumas é um clássico já usado “infinitas vezes” em outras
histórias.
Negrão elogia João Emanuel Carneiro, autor de
“Avenida Brasil”, e diz que ele deu “uma verdadeira aula de como fazer isso que
chamo de surpreender”. E explica, ainda, por que colocou o tema do holocausto e
do nazismo em “Flor do Caribe”. Veja abaixo as respostas, enviadas por e-mail:
É
possível considerar esses primeiros 25 capítulos como uma “introdução”? “Flor
do Caribe” começa hoje?
Walter
Negrão:
A sinopse foi pensada como um todo, mas com vários pontos de “virada” para
manter o interesse do publico. Essa é apenas a primeira delas. Outras virão e a
próxima já está prevista para o capítulo 60. Não diria que é um recomeço e sim
uma forma de surpreender. Afinal, o espetáculo é tanto melhor quanto mais
surpreendente. E quando surpreende o próprio autor na hora da criação é melhor
ainda.
O que
vem por aí? Como manter o clima de expectativa e tensão agora que o mocinho e o
vilão vão se reencontrar?
Agora mocinho e vilão vão jogar um jogo
aberto, sem máscaras. O vilão com novas armadilhas e o mocinho rebolando pra se
safar delas.
Como
foi a resposta do público a este início de novela? Já provocou alguma alteração
nos planos iniciais?
O inicio está correspondendo à expectativa.
As alterações sempre acontecem (afinal é obra aberta), porém não se mexe na
estrutura dramática das diversas tramas. Acentua-se, grifa-se um segmento ou
outro de cada história quando o publico demonstra maior interesse por este ou
aquele núcleo.
Antes
de começar, você reconheceu a influência de “O Conde de Monte Cristo”, de
Alexandre Dumas, na elaboração da trama. Muita gente tem comentado essa
influência. O que você tem a dizer a quem rebaixa “Flor do Caribe” por não ser
original neste aspecto?
A obra do Dumas é um folhetim que mora na
cabeça de todo escrevinhador de novelas. Infinitas vezes orientou os entrechos.
Não pensei a principio “vou adaptar o Conde”. Mas percebi a semelhança logo no
inicio do trabalho e deduzi: se está parecendo com a obra do mestre estou no
caminho certo.
Sei que
é uma obrigação de qualquer novela ter um bom ritmo e muitos ganchos entre os
capítulos. Mas você diria que o teu cuidado com estes aspectos aumentou depois
de “Avenida Brasil”?
Olha, em “Avenida Brasil” o João Emanuel
(Carneiro) e sua equipe deram uma verdadeira aula de como fazer isso que chamo
de surpreender. Não importa se o João é novo no metier, o que importa é que tem
muito talento, está conseguindo passar isso aos de sua equipe e – por que não?
– aos autores mais velhos, com anos e anos de estrada.
O que
te levou a tratar do tema do holocausto e criar estes dois personagens
antagônicos, Dionísio (Sérgio Mamberti), simpatizante do nazismo, e Samuel
(Juca de Oliveira), um judeu sobrevivente, em 2013?
Primeiro, porque sou fascinado pelo tema
desde que – muito jovem – fui assistente do Antunes Filho numa montagem de “O
Diário de Anne Frank”. Depois, porque é um assunto muito sério que continua
atingindo, 70 anos depois, todas as camadas da audiência. Ou seja: assim como
Alexandre Dumas, a Segunda Guerra Mundial é um clássico, só que – infelizmente
– da vida real.
Fonte: UOL
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