Claro que nem sempre há casos de forte apelo,
repercutindo em todo o País e mobilizando a opinião pública. Mas, diante das
oportunidades, o "Profissão Repórter" tem investido em temas mais
"quentes". E, nesses casos, o jornalístico liderado por Caco
Barcellos, na Globo, se mostra mais interessante.
Foi assim na edição desta terça (27.08).
Diante da polêmica gerada pela vinda de médicos cubanos para atender em locais
da rede pública onde não há profissionais brasileiros (principalmente
periferias das grandes cidades e regiões Norte e Nordeste), o programa apostou
no tema - mostrando que muitas vezes o problema não é apenas falta de pessoal,
mas de infraestrutura e condições de trabalho.
Entre as reportagens, a precariedade de
hospitais de Fortaleza (CE), com cerca de 130 pacientes atendidos em macas nos
corredores. Em São Paulo (SP), foi retratada a luta de uma família para
conseguir um exame num bebê de sete meses que sofre de convulsões diárias. Só
na capital paulista, 12 mil pessoas estão na fila para fazer uma ressonância
magnética. Recentemente, o programa mostrou a luta de quem espera por um
transplante de rim. Tenso!
O drama na saúde pública é um tema recorrente
no "Profissão Repórter" - porém, mais do que nunca o assunto gera
debate. Como já frisei, nem sempre é possível pegar carona na atualidade. Mas é
isso que confere dinamismo à equipe de jovens repórteres orientados por Caco (lembrando
que o programa tem o objetivo de mostrar os desafios desses jovens
profissionais, os bastidores de uma reportagem).
Em meio a assuntos como a seriedade do
trabalho de humoristas ou festas populares que são tradições pelo Brasil, o
"Profissão Repórter" se destacou mesmo nas últimas edições ao trocar
a curiosidade pelo factual. A chacina na vila Brasilândia, em São Paulo, deu
origem a uma edição sobre crimes cometidos em família; as manifestações,
principalmente no Rio e em São Paulo, motivaram a ida de repórteres, e do
próprio Caco, para o meio dos protestos. Teve ainda um programa sobre a
qualidade (ou a falta dela) do transporte público.
Tudo isso, claro, exige correria nos
bastidores e produção de última hora, a gente bem sabe. Mas os repórteres em
formação também têm de sentir um pouco da pressão do jornalismo diário, não é?
A tensão e o empenho valem a pena. A audiência, sem dúvida, também se movimenta
positivamente diante de assuntos mais palpitantes.
Fonte: Yahoo
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