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sábado, 2 de abril de 2016

Jô Soares comenta o fim do programa e a crise política


 Jô Soares iniciou na segunda-feira (28) a exibição do seu último ano de programas. Ele falou, por telefone, revelando-se muito seguro a respeito de tudo e considerando acertada a decisão, tomada em conjunto com a Globo, de parar no momento certo.

Aliás, no decorrer desta conversa, além de outras revelações importantes, poderá ser verificado que esta não chega a ser uma experiência totalmente nova na vida ou carreira dele.

A seguir, um papo rápido, gostoso e interessante, como sempre acontece com o Jô.

Flávio Ricco - Jô, quando exatamente foi tomada essa decisão de parar?
Jô Soares - Há dois anos, quando fui renovar meu contrato. Conversando com o Schroder [Carlos Henrique], ele me propôs continuar com o programa, e entendemos que o fim deste 2016 seria o tempo certo. A minha intenção sempre foi parar com dignidade e nunca de uma forma melancólica. Foram mais de 15 mil entrevistados, é uma marca fantástica, mas não deixa de ser uma decisão difícil, porque quando você pensa que não dá mais, sempre acaba dando.

Ter esta condição de parar por cima é sempre melhor, não acha?
Fundamental. Aliás, foi assim com o "Vida o Gordo". A decisão não foi nada diferente. Paramos no momento certo, aquele que leva as pessoas sentirem saudades do personagens em vez de ódio. Ou de não aguentarem mais ver pela frente. O mesmo, acredito, vai acontecer agora.

Você tem dimensão de quanto o "Jô, Onze e Meia" e o "Programa do Jô" foram importantes para a televisão?
Sinceramente estou sentindo isso agora ou a partir do momento em que foi anunciada a decisão de parar com o programa. Se eu soubesse antes, seria insuportável para mim. Não me levaria a sério. Ficaria chato.

Se você tivesse que qualificar seu programa por uma entrevista, entre as tantas que foram feitas, qual seria ela?
Já pensei nisso e me sinto completamente incapaz de chegar a um, dez ou cem nomes. Foram muitas entrevistas, das mais diferentes áreas e em momentos diferentes do Brasil. Teve o impeachment do Collor, que foi um período importante, como é o de agora. Estamos vivendo uma crise bem complicada. Nunca vi nada igual. E não é que não tem luz no fim do túnel. Não dá pra ver nem o túnel.

E existe algum entrevistado especial em vista para este último ano de programa?
Não faço previsões sobre isso, porque vários fatores têm que ser levados em conta. Não adianta você querer entrevistar alguém se esse alguém não quer ser entrevistado. Se ele não está afim. Eu sou incapaz de insistir, porque se alguém for forçado a isso não vai ficar legal para ninguém. A entrevista só fica boa quando ela interessa ao entrevistado e ao entrevistador.

A última: o fim do "Programa do Jô" significa o fim do Jô na televisão?
De jeito nenhum. Tenho muitos projetos e estou aberto a projetos. Comigo "ano sábatico", começa e termina no sábado. E agora me dá licença, porque a minha fisioterapeuta chegou. Ontem fiz caminhada, hoje vou andar de bicicleta. Tchau! E beijos do Gordo!

Fonte: Flávio Ricco

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