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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Leonardo Vieira presta queixa após ataques homofóbicos


Nesta segunda-feira (9), o ator Leonardo Vieira foi até a Comissão de Direitos Humanos, no Rio, prestar depoimento e de lá seguiu até a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), para registrar ocorrência após receber ataques homofóbicos nas redes sociais ao ter uma foto divulgada onde aparece beijando outro homem em uma festa no dia 28 de dezembro.

"Não é a exposição de um beijo que me incomoda. Não fiz nada demais. Um beijo é um ato de amor. O que me incomoda é a exposição generalizada. Eu, como ator, não gosto de me expor porque acredito que um ator não deva revelar sua vida íntima para ninguém, independente de ser hétero ou gay, porque o ator deve ser como uma folha em branco para o personagem, mas isso é uma ideologia profissional minha", explicou ele.

"Acho que não pode haver desrespeito à dignidade humana, nunca. Nesse caso, são ataques à dignidade e isso independe de credo ou orientação sexual. Eu, como pessoa pública, me sinto na obrigação de tomar à frente disso, de participar desse movimento contra as diferenças, porque a minha voz é mais facilmente ouvida do que a de um menino que é atacado na favela por ser homossexual. Ele talvez nunca seja ouvido, talvez comece a achar, inclusive, que é errado dar vazão ao que ele é de fato", continuou.


Por meio de sua assessoria de imprensa, Leonardo Vieira divulgou uma carta aberta sobre o assunto. No longo texto, ele afirma que nunca escondeu sua sexualidade, que seus pais sabiam disso mas nunca havia falado abertamente por achar que um ator deve ser uma "tela em branco", apesar de ter sofrido muito tempo com a pressão de ser classificado como "galã".

"Nunca escondi minha sexualidade, quem me conhece sabe disso. Não estou 'saindo do armário', porque nunca estive dentro de um. Também nunca fui um enrustido", bradou.

"Respeito, mas nunca concordei com atores que expõem sua vida íntima ou levantam bandeiras ideológicas, exatamente porque no meu entender isso poderia macular essa tela em branco e correr o risco de tirar a credibilidade de um trabalho", disse em outro trecho.

Fonte: Na Telinha

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