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sábado, 22 de julho de 2017

Trama secundária rende recorde para "A Força"


Na terça-feira (18/07), “A Força do Querer” bateu seu recorde de audiência: 38,3 pontos no Ibope da Grande São Paulo. Anteriormente, a novela havia alcançado 38 pontos no capítulo de 20/06, em que Bibi (Juliana Paes) incendiou um escritório.

O curioso desse novo recorde é que a novela fisgou o público por conta de uma trama paralela que nada tem a ver com a história central, de Bibi. E pior: uma batidíssima trama de traição, que a autora Glória Perez requentou de novelas anteriores. E não havia nenhum segredo ou mistério para o telespectador. O público se reuniu à frente da TV simplesmente para ver algo que sabia que ia acontecer: Joice (Maria Fernanda Cândido) descobrir que a amante de seu marido Eugênio (Dan Stulbach) é a (falsa) amiga Irene (Débora Falabella).

Será que o público gosta mesmo é de ver as histórias que já viu um milhão de vezes e que sabe como vão terminar?

A julgar pelos títulos atualmente no ar, o bom e velho folhetim, batido ou nem tanto, ainda é uma fórmula que funciona. Vide os bons números na audiência das novelas atuais e a pouca novidade neste cenário. Mas nem sempre o folhetim batido é garantia de sucesso. “A Lei do Amor” é um exemplo de novela tradicional que, no afã de atirar para todos os lados, se perdeu em uma sucessão de erros. “A Força do Querer” não apresenta nenhuma inovação. Todavia, Glória Perez é feliz ao apresentar fórmulas batidas de folhetim em uma trama atual, moderna. Sua novela é um verdadeiro sopro no formato, provando que velhas fórmulas ainda rendem desde que bem dosadas e acompanhadas de elementos em ressonância com a atualidade.

A trama de Bibi Perigosa (Juliana Paes) mais a discussão de gênero são pautas da sociedade moderna abraçadas pela velha telenovela. Ainda assim, “A Força do Querer” não abandona elementos conhecidos do público, vistos no triângulo Zeca-Ritinha-Ruy (Marco Pigossi, Ísis Valverde e Fiuk) e Joice-Eugênio-Irene. Já vimos essas histórias antes, contadas das mais variadas formas. A trama da traição já foi mostrada pela autora em novelas anteriores: Clarisse-Escobar-Alicinha (Cissa Guimarães, Marcos Frota, e Cristiana Oliveira em “O Clone”) e Silvia-Raul-Yvone (Débora Bloch, Alexandre Borges e Letícia Sabatella em “Caminho das Índias”).

Janete Clair dizia que “novela é um novelo que se desfaz aos poucos”. É assim que Glória Perez tem trabalhado “A Força do Querer”. Uma trama bem desenvolvida, que toca o público, aliada a uma direção afinada com a proposta da autora, mais o elenco bem dirigido – uma boa fórmula de sucesso. O drama de Joice e Eugênio vem sendo contado de maneira magistral desde o início tendo o público por testemunha. O clímax causa a catarse.

Fonte: UOL

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