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quinta-feira, 22 de março de 2012

Lauro Cesar Muniz expõe suas opiniões


O dramaturgo Lauro César Muniz falou que a teledramaturgia da Record atingiu sua "maturidade". Prestes a estrear o folhetim "Máscaras", o novelista disse que a emissora deve ser mais fiel aos horários que divulga: "acabou a guerrilha da audiência, a novela não vai mais ficar mudando de horário. A Record percebeu que a telenovela é o pilar fundamental da programação e que horário é sagrado".

Ele explica que, antes, o horário das novelas mudava muito por conta do reality show da emissora. "No momento em que a Record entendeu isso [que o horário deveria ser fixo], melhorou muito. A guerra pela audiência antes era um negócio presente, era estratégico."

Para o autor, a emissora tem plena capacidade de fazer as melhores novelas do país. "A Record tem ambição e estamos absolutamente equipados para chegar lá, além de apostarmos em temas mais arrojadas que o concorrente", disse.

Segundo Muniz, as produções não precisam diminuir sua qualidade para ter audiência, porque esse tipo de programa sempre foi popular: "Isso de baixar a qualidade para atingir o público de baixa renda é uma balela. Esse público ascendeu e não é estúpido não, é esperto. O que não pode é anestesiá-lo com má qualidade". Nesse sentido, ele critica produções da concorrência: "A Globo faz popularesco quando podia dar qualidade para as pessoas".

Menos capítulos
O autor defende que as novelas tenham menos capítulos para terem mais qualidade e identidade, apesar de sua atual emissora ainda apostar no formato longo. Para ele, as produções com muitos capítulos da Record são um "milagre". "Fazer 200 e tantos capítulos, para atravessar o ano e passar o bastão em janeiro ou fevereiro não dá, é milagre. Diminuir o número dos capítulos é fundamental para aumentar a qualidade da novela. Não tem sentido nos tempos de hoje, nesses tempos de internet, ficar com uma novela esticada um ano inteiro".

"Máscaras"
A nova novela de Muniz estreia no dia 10 de abril e conta a história de pessoas que trocam de identidades para sobreviver. Para escrever "Máscaras", o dramaturgo diz que se inspirou em navios que realizam cruzeiros que ele viu na região portuária do Rio de Janeiro. "Olhava os navios e ficava fascinado. É uma cidade, um prédio flutuante e pensava 'Puxa, isso deve ser muito charmoso, vou fazer uma novela sobre isso aqui'. Saquei que, no navio, as pessoas que viajavam, ao cortar o 'cordão umbilical' com o continente se libertavam e começavam a viver um tipo de fantasia", contou.

Fonte: UOL

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