O dramaturgo Lauro César Muniz falou que a
teledramaturgia da Record atingiu sua "maturidade". Prestes a estrear
o folhetim "Máscaras", o novelista disse que a emissora deve ser mais
fiel aos horários que divulga: "acabou a guerrilha da audiência, a novela
não vai mais ficar mudando de horário. A Record percebeu que a telenovela é o
pilar fundamental da programação e que horário é sagrado".
Ele explica que, antes, o horário das novelas
mudava muito por conta do reality show da emissora. "No momento em que a
Record entendeu isso [que o horário deveria ser fixo], melhorou muito. A guerra
pela audiência antes era um negócio presente, era estratégico."
Para o autor, a emissora tem plena capacidade
de fazer as melhores novelas do país. "A Record tem ambição e estamos
absolutamente equipados para chegar lá, além de apostarmos em temas mais
arrojadas que o concorrente", disse.
Segundo Muniz, as produções não precisam
diminuir sua qualidade para ter audiência, porque esse tipo de programa sempre
foi popular: "Isso de baixar a qualidade para atingir o público de baixa
renda é uma balela. Esse público ascendeu e não é estúpido não, é esperto. O
que não pode é anestesiá-lo com má qualidade". Nesse sentido, ele critica
produções da concorrência: "A Globo faz popularesco quando podia dar
qualidade para as pessoas".
Menos
capítulos
O autor defende que as novelas tenham menos
capítulos para terem mais qualidade e identidade, apesar de sua atual emissora
ainda apostar no formato longo. Para ele, as produções com muitos capítulos da
Record são um "milagre". "Fazer 200 e tantos capítulos, para
atravessar o ano e passar o bastão em janeiro ou fevereiro não dá, é milagre.
Diminuir o número dos capítulos é fundamental para aumentar a qualidade da
novela. Não tem sentido nos tempos de hoje, nesses tempos de internet, ficar
com uma novela esticada um ano inteiro".
"Máscaras"
A nova novela de Muniz estreia no dia 10 de
abril e conta a história de pessoas que trocam de identidades para sobreviver.
Para escrever "Máscaras", o dramaturgo diz que se inspirou em navios
que realizam cruzeiros que ele viu na região portuária do Rio de Janeiro.
"Olhava os navios e ficava fascinado. É uma cidade, um prédio flutuante e
pensava 'Puxa, isso deve ser muito charmoso, vou fazer uma novela sobre isso
aqui'. Saquei que, no navio, as pessoas que viajavam, ao cortar o 'cordão
umbilical' com o continente se libertavam e começavam a viver um tipo de
fantasia", contou.
Fonte: UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário