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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Nelson Xavier morre aos 75 anos


O ator Nelson Xavier morreu, aos 75 anos, na noite desta terça-feira, 9, em Uberlândia, Minas Gerais. Tereza Villela Xavier, filha do ator, usou sua página no Facebook para falar da perda do pai.

"Lamento informar a quem possa interessar que meu pai, Nelson Xavier, faleceu esta noite em Uberlândia. Seu corpo será transferido, celebrado e cremado no Rio de Janeiro em cemitério ainda não determinado. Agradeço desde já as mensagens de apoio. Ele virou um planeta! Estrela ele já era. Fez tudo o que quis, do jeito que quis e da sua melhor maneira possível, sempre", escreveu ela.

Em 2014, durante o Festival de Gramado, Nelson Xavier contou que fez tratamento contra o câncer de próstata em 2004 e que estava livre da doença. Foi lá também que recebeu o pêmio de melhor ator com o longa "A despedida", um de seus últimos trabalhos.

Nascido em São Paulo em 30 de agosto de 1941, Nelson Agostini Xavier cursou direito, mas sua paixão pela arte foi mais forte. Iniciou sua carreira no teatro, com peças como "Eles Não Usam Black-tie" (1958), de Gianfrancesco Guarnieri, "Chapetuba Futebol Clube" (1959), de Oduvaldo Vianna Filho, "Gente como a Gente" (1959), de Roberto Freire, e "Julgamento em Novo Sol" (1962), de Augusto Boal.

Entre seus tantos trabalhos no cinema, estão "O ABC do Amor" (1967), "Os Deuses e os Mortos (1970), "É Simonal" (1970), "Dona Flor e seus Dois Maridos" (1976), e "A Queda" (1978), de Ruy Guerra, que lhe rendeu um Urso de Prata no Festival de Berlim.

Em 2011, Nelson interpretou Chico Xavier no cinemas. Na época, o ator afirmou que havia vivido ali seu melhor papel. "Finalmente fiz o meu maior papel. Fui invadido por uma onda de amor tão forte, tão intensa, que levava às lágrimas”, contou Nelson Xavier, que no longa viveu o líder espírita dos 59 aos 65 anos. “Nenhum dos personagens que fiz mudou minha vida. O Chico fez uma revolução”.


Injustiçado na TV - Em 2013, ao encerrar sua participação na novela "Joia Rara" (Globo) -onde fazia o monge budista Ananda Rinpoche - Nelson Xavier, recebeu uma homenagem calorosa de seus colegas de elenco e equipe, puxada pelo ator Marcos Caruso.

A cena foi exibida pelo "Vídeo Show" e deixou claro que Xavier era uma unanimidade. Respeitado e querido no meio artístico, além de considerado pela crítica como um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos.

Esse prestígio todo, no entanto, não bastou para que ele encarnasse protagonistas na televisão e se consolidasse no nível de um, digamos, Antonio Fagundes. Talvez devido ao seu tipo físico, Nelson Xavier costumava ser escalado como coadjuvante nas novelas.

Fez coronéis, bandidos, delegados, padres. Era o que os americanos chamam de "character actor": o profissional cheio de talentos e recursos, que pode ser escalado para qualquer tipo de papel. Menos o de galã romântico.

Mesmo assim, deixou sua marca. Seu personagem mais icônico na TV foi o cangaceiro Lampião, da minissérie "Lampião e Maria Bonita" (Globo), de 1982. Nunca mais conseguiu tanto destaque, mas continuou a brilhar.

Fonte: G1

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