quinta-feira, 19 de novembro de 2015

"Além do Tempo" perde encanto e fica previsível


No ar desde 22 de outubro, a segunda fase de “Além do Tempo” chega nesta sexta-feira (13) ao capítulo 20 sem conseguir manter o encanto provocado em sua primeira etapa.

A novela de Elizabeth Jhin, como se sabe, se passou inicialmente no final do século 19. Foram 87 capítulos de um folhetim rasgado, sobre o amor impossível de Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso).

De encher os olhos, a produção de época mobilizou os fãs com ótimas vilãs, Vitória (Irene Ravache) e Melissa (Paolla Oliveira), um núcleo cômico muito divertido em torno da família de Mássimo (Luis Mello) e inúmeras situações rocambolescas, de tirar o fôlego.

Arriscada, a ideia da autora foi retomar a narrativa nos dias atuais, com os mesmos personagens, em situações que sugerem alguma analogia com as que viveram no passado. Como se eles tivessem uma segunda chance na vida, devem agora mostrar se aprenderam com os erros e/ou se merecem ter a oportunidade de usufruir o que não foram capazes na “vida anterior”.

O anjo Ariel (Michel Melamed), seu colega Cícero (Saulo Arcoverde) e o Mestre (Othon Bastos) continuam ao redor dos personagens, observando e, eventualmente, interferindo no destino deles. Mais do que na primeira fase, os três também seguem tendo conversas em que, didaticamente, procuram explicar para o espectador o sentido da reencarnação dos personagens.

Mais chata ainda é a insistência em deixar claro para o público que os personagens tem “contas” do passado a acertar no presente. Toda cena em que ocorre um encontro é intercalada com flashbacks da primeira fase e os atores fazem cara de “te conheço de algum lugar, não?”

A diversão oferecida por “Além do Tempo” no século 19 foi substituída, até o momento, por uma história esquemática, em que os principais personagens agem apenas para mostrar ao espectador que continuam iguais nesta outra vida, 120 anos depois da anterior.

Fonte: Maurício Stycer, do UOL

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