"Salve Jorge" estreou com uma
tarefa difícil: substituir um fenômeno da televisão brasileira, a novela
"Avenida Brasil". Se não bastasse ter um destino tão “cruel”, a
produção assinada por Glória Perez ainda precisou lidar com casos de
intolerância religiosa.
Outro problema logo no início da trama foi a
escalação de Nanda Costa para viver a protagonista. Não dá para afirmar que a
causa da rejeição tenha sido porque vínhamos de uma novela na qual Adriana
Esteves e Débora Falabella eram as protagonistas, mas o fato é que o telespectador
torceu o nariz.
Por fim, o casal Théo (Rodrigo Lombardi) e
Morena não agradou. Mesmo tendo suas cenas “calientes” embaladas por “Esse Cara
sou Eu”, música-chiclete do Rei Roberto Carlos. Aliás, acredito eu que pela
primeira vez em seu reinado absoluto, uma canção sua tenha sido alvo de piadas
nas redes sociais.
Uma luz
no fim do túnel
De repente, a trama de "Salve
Jorge" começa a ganhar espaço na casa dos brasileiros. Tá certo que a
empatia não veio à galope, mas a passos lentos, começamos a nos sensibilizar
com o drama das traficadas, em especial da Jéssica (Carolina Dieckmann).
Se antes a personagem deveria ficar poucos
capítulos no ar, sua participação se estendeu e ela posou feito uma nuvem na
frente da Morena. Esta, só conseguiu afastá-la quando deu uma surra em Wanda
(Totia Meirelles).
Com a vinda de Morena e Jéssica para o Brasil
e, consequentemente a morte desta última pelas mãos, ou melhor, seringa de
Lívia (Claudia Raia), a novela pelo menos ganhou um gás e mais uma vez gerou discussões.
Muitos acharam a cena da morte da jovem
exagerada e surreal. Porém, quem nunca assisitiu algo parecido em seriados como
"CSI" que atire o primeiro controle remoto na próxima vítima.
Então, entra ela. A salvação de "Salve
Jorge". Aquela capaz de deixar até a pioneira do seriado "As
Panteras", a saudosa Farrah Fawcett, com inveja. Estou falando da Helô,
personagem de Giovanna Antonelli.
A delegada é sem sombra de dúvidas a razão
para muita gente, inclusive eu, ainda assistir a novela. Se não bastasse ser
ágil, inteligente e coerente em suas ações, seu figurino é maravilhoso.
Hoje, não há quem não torça para ela aparecer
logo no capítulo, seja para desvendar mais uma falcatrua, treinar nas
dependências da polícia federal ou protagonizar cenas de amor e ódio com Stênio
(Alexandre Nero), seu ex-marido.
E o peso de carregar a novela nas costas
parece não intimidar a atriz. Quem assistiu ao capítulo da última terça (19),
viu que Giovanna Antonelli roubou a cena na qual Helô acusa Lívia por mais um
crime. Resta saber até quando a atriz
vai aguentar a responsabiladade.
Tá feia
a coisa
Não é apenas a trama de "Salve
Jorge" que faz a novela fraca. Personagens pouco carismáticos, erros
grotescos e o sumiço de parte do elenco, sem explicação, vem irritando bastante
o telespectador.
Talvez ninguém notaria o desaparecimento de
Duda Nagle se não fosse também pelo de André Gonçalves e Cristiana Oliveira.
Será que também foram traficados junto com Eva Todor que, para ser sincera, eu
nem sei afirmar se apareceu um dia.
Théo, mesmo machista e ultrapassado, se
envolveu com Érica (Flávia Alessandra), depois com Morena, voltou com a Érica,
e com a Morena, teve um affair relâmpago com Márcia (Fernanda Paes Leme) e
acabou indo parar nos braços de Érica, novamente.
Aliás, cá entre nós, a veterinária tem o
“dedinho” podre para escolher seus amores. Em meio a essas idas e vindas com o
Théo, se envolveu com Celso (Caco Ciocler), que consegue ser mais chato do que
o capitão.
Por fim, mas não menos importante assim, o
telespectador é presenteado quase que todos os dias com falhas difíceis de
engolir. A listar:
- Na Capadócia, o wi-fi funciona que é uma
beleza, mesmo dentro da caverna de Ziah, mas o notebook da Morena não tem
câmera embutida;
- Aliás, desde que fugiu de Istambul, a jovem
hora aparece com os cabelos alisados, hora totalmente encaracolados;
- O filho da Morena não é a criança mais
esperta do mundo. Ele ouve a mãe brigar com o Russo, falar mal dele, ser
agredida por ele, mas quando vê o capanga é capaz de correr para seus braços
gritando “tio Russo”;
- Théo sai da repartição, que fica na Vila
Militar de Deodoro, atravessa a rua e já está na praia. Quem conhece o Rio de
Janeiro sabe que isso é geograficamente impossível;
- Agora, a melhor de todas: Rachel entra no
elevador atrás de sinal para falar ao celular, é morta por Lívia com uma
injeção letal e ninguém vê, nem a possível câmera de segurança que deveria ter
em todo hotel de luxo.
Fonte: na Telinha
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