sexta-feira, 22 de março de 2013

"Salve Jorge": como desconstruir um sucesso


"Salve Jorge" estreou com uma tarefa difícil: substituir um fenômeno da televisão brasileira, a novela "Avenida Brasil". Se não bastasse ter um destino tão “cruel”, a produção assinada por Glória Perez ainda precisou lidar com casos de intolerância religiosa.

Outro problema logo no início da trama foi a escalação de Nanda Costa para viver a protagonista. Não dá para afirmar que a causa da rejeição tenha sido porque vínhamos de uma novela na qual Adriana Esteves e Débora Falabella eram as protagonistas, mas o fato é que o telespectador torceu o nariz.

Por fim, o casal Théo (Rodrigo Lombardi) e Morena não agradou. Mesmo tendo suas cenas “calientes” embaladas por “Esse Cara sou Eu”, música-chiclete do Rei Roberto Carlos. Aliás, acredito eu que pela primeira vez em seu reinado absoluto, uma canção sua tenha sido alvo de piadas nas redes sociais.

Uma luz no fim do túnel
     
     
De repente, a trama de "Salve Jorge" começa a ganhar espaço na casa dos brasileiros. Tá certo que a empatia não veio à galope, mas a passos lentos, começamos a nos sensibilizar com o drama das traficadas, em especial da Jéssica (Carolina Dieckmann).

Se antes a personagem deveria ficar poucos capítulos no ar, sua participação se estendeu e ela posou feito uma nuvem na frente da Morena. Esta, só conseguiu afastá-la quando deu uma surra em Wanda (Totia Meirelles).

Com a vinda de Morena e Jéssica para o Brasil e, consequentemente a morte desta última pelas mãos, ou melhor, seringa de Lívia (Claudia Raia), a novela pelo menos ganhou um gás e mais uma vez gerou discussões.

Muitos acharam a cena da morte da jovem exagerada e surreal. Porém, quem nunca assisitiu algo parecido em seriados como "CSI" que atire o primeiro controle remoto na próxima vítima.

Então, entra ela. A salvação de "Salve Jorge". Aquela capaz de deixar até a pioneira do seriado "As Panteras", a saudosa Farrah Fawcett, com inveja. Estou falando da Helô, personagem de Giovanna Antonelli.

A delegada é sem sombra de dúvidas a razão para muita gente, inclusive eu, ainda assistir a novela. Se não bastasse ser ágil, inteligente e coerente em suas ações, seu figurino é maravilhoso.

Hoje, não há quem não torça para ela aparecer logo no capítulo, seja para desvendar mais uma falcatrua, treinar nas dependências da polícia federal ou protagonizar cenas de amor e ódio com Stênio (Alexandre Nero), seu ex-marido.

E o peso de carregar a novela nas costas parece não intimidar a atriz. Quem assistiu ao capítulo da última terça (19), viu que Giovanna Antonelli roubou a cena na qual Helô acusa Lívia por mais um crime. Resta saber até quando a  atriz vai aguentar a responsabiladade.

Tá feia a coisa


Não é apenas a trama de "Salve Jorge" que faz a novela fraca. Personagens pouco carismáticos, erros grotescos e o sumiço de parte do elenco, sem explicação, vem irritando bastante o telespectador.

Talvez ninguém notaria o desaparecimento de Duda Nagle se não fosse também pelo de André Gonçalves e Cristiana Oliveira. Será que também foram traficados junto com Eva Todor que, para ser sincera, eu nem sei afirmar se apareceu um dia. 

Théo, mesmo machista e ultrapassado, se envolveu com Érica (Flávia Alessandra), depois com Morena, voltou com a Érica, e com a Morena, teve um affair relâmpago com Márcia (Fernanda Paes Leme) e acabou indo parar nos braços de Érica, novamente.

Aliás, cá entre nós, a veterinária tem o “dedinho” podre para escolher seus amores. Em meio a essas idas e vindas com o Théo, se envolveu com Celso (Caco Ciocler), que consegue ser mais chato do que o capitão.

Por fim, mas não menos importante assim, o telespectador é presenteado quase que todos os dias com falhas difíceis de engolir. A listar:

- Na Capadócia, o wi-fi funciona que é uma beleza, mesmo dentro da caverna de Ziah, mas o notebook da Morena não tem câmera embutida;

- Aliás, desde que fugiu de Istambul, a jovem hora aparece com os cabelos alisados, hora totalmente encaracolados;

- O filho da Morena não é a criança mais esperta do mundo. Ele ouve a mãe brigar com o Russo, falar mal dele, ser agredida por ele, mas quando vê o capanga é capaz de correr para seus braços gritando “tio Russo”;

- Théo sai da repartição, que fica na Vila Militar de Deodoro, atravessa a rua e já está na praia. Quem conhece o Rio de Janeiro sabe que isso é geograficamente impossível;

- Agora, a melhor de todas: Rachel entra no elevador atrás de sinal para falar ao celular, é morta por Lívia com uma injeção letal e ninguém vê, nem a possível câmera de segurança que deveria ter em todo hotel de luxo. 

Fonte: na Telinha

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