quarta-feira, 30 de junho de 2010

Bianca Rinaldi comemora papel em "Ribeirão do Tempo"


As mocinhas dominam o catálogo de personagens de Bianca Rinaldi na TV. Todas as protagonistas interpretadas pela atriz --com exceção da Samira de "Os Mutantes Caminhos do Coração"-- foram as típicas heroínas românticas: boazinhas, felizes e apaixonadas. Mas, dessa vez, Bianca encara um papel que não tem a água-com-açúcar tão comum às personagens do gênero. Afinal, a empresária Arminda de "Ribeirão do Tempo", da Record, é pura antipatia. "Ela é fria, muito arrogante, pernóstica, objetiva e voltada para o trabalho", enumera ela, que viveu a Milla de "Pícara Sonhadora", a personagem-título de "Escrava Isaura" e a Maria Luz de "Caminhos do Coração", entre outras. Por isso mesmo, a atriz não hesitou em aceitar o trabalho, já que seria a oportunidade para experimentar um outro estilo de interpretação. Ainda mais porque, para Bianca, não é possível traçar completamente o perfil de Arminda. "É um papel cheio de contrastes. A Arminda é muito misteriosa, mas não chega a ser uma vilã", ressalta.

É justamente essa indefinição que instiga Bianca. "É intrigante porque você nunca sabe para que lado a personagem vai seguir. Trabalhar assim está sendo uma novidade para mim", conta a atriz, que equilibra a antipatia de Arminda com toques de humor. Tanto que, na história, a empresária nutre uma paixão por Joca, de Caio Junqueira, mas não dá o braço a torcer por nada. É nesse momento que a comédia transparece. "A Arminda brinca com o Joca, faz ele de bobo. Isso dá uma balanceada, ela não fica só com a antipatia", defende. Para compor essa mulher calculista, Bianca entrevistou algumas empresárias e assistiu ao seriado "Damages". E, além de observar pessoas no dia a dia, a atriz contou com a ajuda de sua terapeuta. "Conversei com ela, que trata de sentimentos, para fazer a psiquê da personagem", revela.

Mas a caracterização também ajuda Bianca na hora de incorporar Arminda. O figurino elegante e moderno traz a sensualidade que o papel pede, e o tom louro dos cabelos, mostra a frieza. Só que a atriz, que gosta de dar palpite no look de suas personagens, havia imaginado um visual completamente diferente quando leu a sinopse. "Imaginei a Arminda mais quente, com os cabelos compridos e um corte diferenciado, mas não curto. Dessa vez, minhas opiniões não foram muito acatadas", desabafa, aos risos. Apesar da surpresa, Bianca está satisfeita com a nova aparência e sabe como aproveitá-la. "Quando estou com o cabelo e figurino prontos, consigo ver melhor a personagem. Dá uma segurança", pondera. Acostumada a fazer protagonistas em novelas, Bianca não sente uma responsabilidade maior por conta disso. Pelo contrário. A simpática atriz prefere encarar diferentes tipos de personagens da mesma maneira. "Vou fazer qualquer papel, grande ou pequeno, com o mesmo empenho", frisa. "Às vezes, tem personagens até mais interessantes que um protagonista", completa ela, que não descarta a importância do fator sorte em sua carreira. "É um conjunto de coisas, mas se você não estiver preparado quando a sorte chega, ela passa e você perde", analisa.

Mesmo com papéis grandes no currículo, Bianca já experimentou a instabilidade da carreira de atriz até ser contratada pela Record, em 2004. "Antes eu fazia um trabalho pensando em qual seria o próximo", confessa. Agora, ela já sabe exatamente o que vai fazer depois que "Ribeirão do Tempo" sair do ar: voltar a se dedicar ao teatro. Há três anos sem subir nos palcos, Bianca pretende levar o espetáculo "Tudo de Mim" para o Rio de Janeiro. A peça, que já ficou em cartaz em São Paulo, foi escrita por Emílio Boechat especialmente para a atriz e Petrônio Gontijo, seu parceiro em cena. "A história fala sobre o que se pode fazer para que os relacionamentos deem certo. É 70% comédia e, no resto do tempo, as pessoas desabam de chorar", conta.

Fonte: UOL TV

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