Das últimas cinco novelas das 21h, só uma,
“Avenida Brasil”, não teve um mordomo como personagem. Ponto para João Emanuel
Carneiro por não recorrer, desta vez, a um clichê tão batido e sem respaldo na
realidade brasileira.
Em “Salve Jorge”, a mais recente, Gloria
Perez apresenta Thompson (Odilon Wagner), que serve a Leonor (Nicete Bruno).
Pelos seus comentários e trejeitos, o personagem segue o perfil de quase todos
os mordomos de novela: gay, afetado, saudoso do passado, infeliz com a
vulgaridade do presente.
“Fina Estampa”, a novela que antecedeu
“Avenida Brasil”, celebrizou Marcelo Serrado como Crô. O sucesso do personagem
criado por Aguinaldo Silva foi tão grande que cogitou-se até criar um seriado
ou um filme para o mordomo.
Em “Insensato Coração”, Gilberto Braga e
Ricardo Linhares não criaram um mordomo tão carismático quanto o Eugênio
(Sergio Marmberti) de “Vale Tudo”, mas insistiram no personagem com Isidoro
(Antonio Fragoso), que trabalhava para Vitória Drumond (Nathalia Timberg).
Já em Passione, coube ao ator Julio Andrade
viver o mordomo Arthurzinho, fiel escudeiro e cúmplice de Stela (Maitê
Proença), a insaciável patroa, que traia o marido com garotões.
Olhando um pouco mais para trás, “Viver a
Vida”, de Manoel Carlos, e “Caminho das Índias”, de Gloria Perez, não tiveram
mordomos em papéis importantes. Mas a novela que veio antes destas, “A
Favorita”, de João Emanuel Carneiro, somou às estatísticas o mordomo
Silveirinha (Ary Fontoura).
Por que será que os autores de novela têm
obsessão por um clichê tão gasto?
Fonte: Mauricio Stycer, do UOL
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