Uma grande atriz num papel menor pode
destacar-se mesmo se cercada de outros grandes talentos. Foi o que aconteceu
com Suzana Faini em “A favorita”, de João Emanuel Carneiro. Ela era uma dona de
casa frustrada e amarga, casada com o personagem de Tarcísio Meira e ciente do
fato que o coração dele, a vida toda, tinha sido de outra mulher. Na família
deles, estavam ainda Lilia Cabral e Gisele Fróes, ou seja, um núcleo de
escalação poderosa. Suzana não liderava a trama central ali, que girava muito
em torno da personagem de Lilia, tiranizada por um marido violento. Mesmo
assim, ela brilhou. Tanto que a novela é de 2008 e sua Iolanda continua viva na
memória do público.
Se em “A favorita” ela era “a preterida”,
agora, em “Salve Jorge”, acontece algo parecido. A atriz recebeu um papel
lateral, embora estratégico, pois é a mãe do mocinho, Théo (Rodrigo Lombardi).
É, como Iolanda, alguém para quem só resta o segundo lugar na vida de quem ela
mais ama, neste caso, o filho. Por isso, pelo menos até esta altura da
história, ela precisa engolir Morena (Nanda Costa) como nora e o filho dela,
como “neto”. Ela obedece, mas contrariada.
Os embates entre as duas foram os melhores
momentos da novela esta semana. Lombardi não faz diferença na situação de
tensão por dois motivos: primeiro porque ele está muito careteiro e empostado,
ainda precisa acertar o tom de seu personagem. Segundo, graças à ingenuidade
excessiva do militar, que nem nota o que acontece dentro de casa.
Se é que Gloria Perez está medindo a
temperatura junto ao público dos inúmeros núcleos da novela para decidir em
qual investir, tomara que não deixe Áurea de fora. Mesmo nas cenas menores com
Rosi Campos, outra grande atriz, ela já ganhou seu lugar.
Fonte: Patrícia Kogut
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