Bastaram alguns poucos capítulos de Amor à
Vida, o folhetim de Walcyr Carrasco que acaba de estrear no horário nobre da
Globo, para Mateus Solano arrebatar o público. Na pele de Félix, o primeiro
vilão gay da história das telenovelas, o ator tem sido chamado nas redes
sociais de ‘A nova Carminha’, alusão a inesquecível malvada vivida por Adriana
Esteves em Avenida Brasil. “Não faço a Carminha de calças”, diz, evitando
comparações. O sucesso é tanto, que no segunda dia de exibição da trama o
personagem de Solano ganhou um perfil no Twitter- com mais de dois mil
seguidores em poucas horas- e as tiradas de Félix viraram meme na web.
Nas
redes sociais estão te chamando de ‘a nova Carminha’. Um baita de um elogio,
não?
Sem palavras para descrever a Adriana Esteves
como colega. Mas o Félix é o Félix e a Carminha, a Carminha. Mas eu entendo a
comparação porque eu vejo o público com saudade de rever aqueles personagens. A
comparação é inevitável, mas não fui buscar algo na Carminha para compor o
Félix.
Outro
apelido que seu personagem ganhou foi Félixciano (trocadilho com Marcos
Feliciano). O que acha do trocadilho?
Meus amigos agora só me chamam de Félixciano,
tenho me divertido com o trocadilho e é um sinal de que o personagem, de certa
forma, incomoda. Quem faz um vilão tem que estar preparado para tudo. Mas acho
que o Félix tem um lado de humor que pode conseguir muito carisma e arrancar
empatia do público.
Tem
acompanhado o sucesso nas redes sociais?
Tenho uma conta no Twitter, onde entro
raramente, e tenho o meu Instagram, que é fechado porque posto fotos da minha
família e ela não tem nada a ver com a minha profissão. Mas o Twitter não
conseguiu me pegar e não tenho Facebook. Acho que sou um dos últimos que não
tem Facebook. Fico sabendo da repercussão do Félix pelas pessoas que estão
ligadas no Facebook e vão me mostrando. E eu fico muito feliz.
A
internet virou termômetro das novelas. Está preparado para as críticas também?
Eu acho a web muito democrática, o que é
muito bom. Por outro lado, o anonimato da internet mostra o Félix que existe em
cada um de nós. Muitos comentários são maldosos e tem muita raiva por aí. Tem
um vídeo do Chico Buarque na internet que é maravilhoso, que fala que ele nunca
havia prestado atenção na internet, até um dia ouvir alguns comentários sobre
si mesmo. Ele ficou impressionado com o que ouviu. Ele fala que é uma raiva tão
grande… É claro que não vai ficar com raiva de quem tem raiva dele, isso não
faz o menor sentido. Mas esse vídeo é bastante determinante.
Hoje a
questão gay deixou de ser meramente sexual, mas de direitos humanos. Não teme
que o personagem fomente a homofobia?
Até então personagens gays só eram bonzinhos,
bem resolvidos e não eram enrustidos. É um avanço representar um que não seja
bom caráter e não acho que isso fomente o preconceito. O mundo é gay e eu não
precisei procurar nada sobre homossexualidade porque, há muito tempo, tenho
vários exemplos ao meu lado. Como cidadão, acredito que duas pessoas que se
amam devem ter o direito de ficar juntas no mundo em que elas vivem. Pra mim
esse é o conceito de amor, felicidade e até família. Tem espaço no mundo para
todo mundo.
O que
público pode esperar do Félix nos próximos capítulos?
Muita maldade, muita diversão, um cara com a
língua afiada. O vilão tem essa propriedade… ele fala coisas que muita gente
gostaria de dizer. Mas essa não é uma característica só do Félix, mas de todo
vilão.
Fonte: Época
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