Se depender do longa, Cruise tem sim chances
de voltar ao estrelato com honra. A produção, dirigida por Brad Bird (das
animações “Ratatouille” e “Os Incríveis”), é a melhor desde o primeiro filme da
franquia, iniciada em 1996. Ação, efeitos especiais e uma boa história
novamente casam perfeitamente, assim como ocorreu sob a batuta de Brian De
Palma.
Muito se falou recentemente sobre indícios de
que o ator iria passar a bola a partir dos próximos filmes para Jeremy Renner
(“Guerra ao Terror”), que aqui interpreta o misterioso agente Brandt. Mas o que
segura a onda de ‘Protocolo Fantasma’, definitivamente, é Cruise e as
qualidades que o tornaram estrela. Aliado, é claro, a um bom trio de
coadjuvantes, que além de Renner inclui a bela Paula Patton (“Preciosa”) e o
simpático Simon Pegg (“Star Trek”).
Lembrando bastante a linguagem da série que
deu origem à franquia, a trama do novo filme não exige muito cérebro - apenas
que o agente Ethan Hunt (Cruise), mais uma vez, aceite a missão que lhe é
imposta. O espião começa o longa como um prisioneiro na Rússia, até ser
resgatado por Jane (Patton) e Benji (Pegg), em uma das sequências mais
eletrizantes do gênero dos últimos tempos.
Logo, o trio descobre que um maluco russo
quer lançar mísseis nucleares contra os Estados Unidos, pondo em prática planos
há tempos esquecidos desde a Guerra Fria. Se a missão fosse só detê-lo seria
simples, mas, para dificultar, Hunt e seus colegas são implicados em uma
explosão contra o Kremlin – sede do governo da Rússia -, obrigando o presidente
americano a acionar o tal Protocolo Fantasma, ou seja, eliminar a todos os
implicados no ataque.
Sem o respaldo de seus empregadores, e ainda
perseguidos pelas autoridades, os três – juntamente com o agente Brandt, que
cai meio de paraquedas na história – vão tentar limpar a própria barra e ainda
impedir a 3ª Guerra Mundial. Parece muito, mas para o agente Hunt é só mais um
dia de trabalho. E ainda com o bônus de conhecer belos cartões postais como
Budapeste, Moscou, Dubai e Bombaim.
O que Brad Bird consegue em ‘Protocolo
Fantasma’, e que John Woo e J.J. Abrams não acertaram nos dois filmes
anteriores da franquia, é dosar uma boa história com cenas de ação, sem soar
cansativo. Cruise escala o prédio mais alto do mundo (a torre Burj Khalifa em
Dubai), persegue o vilão durante uma tempestade de areia e ainda duela dentro
de uma fábrica de carros indianos. Mas, em nenhum momento, as sequências são
maçantes aos olhos do espectador. Tarefa nada fácil atualmente.
Além de prender a atenção, o longa também
trouxe mais graça à franquia com a aquisição de Simon Pegg, que proporciona
vários momentos cômicos. E Jeremy Renner e Paula Patton estão à altura de
Cruise como mocinhos bons de briga. Ele com um mistério que depois será
revelado, e ela tentando vingar a morte de seu amor, vivido por John Holloway
(o Sawyer da série “Lost”).
Com tanta ação, quase nem dá para se importar
com o excesso de merchandising das empresas de tecnologia, disparando seus
últimos lançamentos a rodo durante o filme E, afinal, é disso que “Missão
Impossível” se trata: bom cinema hollywoodiano de entretenimento, que, para ser
bancado, necessita de muito dinheiro. Sem exigir muito do espectador, mas
também sem deixá-lo mais burro.
Se a carreira de Cruise será revitalizada com
a produção, só as bilheterias dirão.
Fonte: Yahoo
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