Responsável por um dos maiores sucessos da
teledramaturgia do século 21, o autor de "Avenida Brasil", João
Emanuel Carneiro, 42 anos, contou em entrevista ao jornal "Estado de S.
Paulo", que sua única preocupação é produzir uma bela trama.
"Eu não tenho a pretensão de inovar
nada, só de fazer uma boa novela, o que já considero bastante difícil",
afirmou ele.
Sobre o caráter de Carminha (Adriana
Esteves), o autor afirmou que ela é uma pessoa contraditória e que só há
verdade nela, quando diz que ama o filho, Jorginho (Cauã Reymond). Mas depois
de tantos tempos vivendo ao lado de Tufão (Murilo Benício) e sua família, João
Emanuel acredita que a vilã ficou dependente de toda a confusão que ronda a
mansão. "Acho que no fundo ela ama o Tufão e aquela família, senão já
teria se mandado com Max."
Roteirista dos filmes "Central do
Brasil" (1998), "Orfeu"(1999), Carneiro trouxe além de sua
experiência no cinema, sua inspiração em seriados para a narrativa instigante de seus
folhetins. "Sem a novela no ar não perco '24 Horas', 'Lost', 'True Blood',
'Desperate Housewives', 'Sopranos', 'Mad Men', 'Mothern Family', 'Roma',
'Tudors', 'House'... Na minha opinião os seriados americanos foram a grande
novidade do audiovisual nesse século 21."
Mistério - Sobre o fato de
Lucinda (Vera Holtz) ter deixado Max (Marcello Novaes) aos cuidados de Nilo
(José de Abreu), João Emanuel contou que o mistério da mãe do lixão só será
revelado no fim da trama. "Max é um marginal frágil, sempre em crise, um
bandido que sofre de depressão e síndrome do pânico. Ele é um sobrevivente do
lixo, capaz de fazer qualquer coisa para não voltar para lá", disse o
autor sobre o perfil do malandro.
Depois de ter devorado "O Primo
Basílio" (Eça de Queiroz), "Madame de Bovary" (Gustave
Flaubert), "A Metamorfose" (Franz Kafka) e "Interpretação dos
Sonhos" (Freud), Tufão lerá "Lolita" e "Riso no
Escuro", ambos de Vladimir Nabokov. Em "Riso no Escuro", um
homem se apaixona por uma mulher mais nova, mas não é correspondido e sua vida
vira um desastre.
Fonte: UOL
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