Dezembro, até um tempinho atrás, era época reservada à celebração do ano que se concluía e de se ensaiar as novidades para o seguinte que estava prestes a iniciar. Entretanto, especialmente nesse final de 2016, não se nota mais esse clima festivo de outrora.
A despeito das considerações subjetivas de muitos, que talvez considerem isso como reflexo de um ano que nem de longe deixará boas lembranças, seja por motivos pessoais, pela grave crise econômica que fez com que os canais de televisão moderassem nos gastos e não se permitir a altas alçadas, ou até mesmo o escárnio em praça pública a que a classe política protagonizou nesses doze - e intensos - meses, este é um fenômeno, como explicitado, que já se nota há, pelo menos, uns cinco anos.
O caso mais chocante é o da Globo. Se em anos anteriores essa época era marcada por mostrar inúmeros pilotos de séries candidatas à grade fixa do ano seguinte, agora se resume a meros shows de sertanejo, filmes e edições temáticas dos programas de auditório. Talvez se a antiga tradição dos pilotos tivesse sido mantida, não teríamos tido desastres como “Chapa Quente” na programação regular.
Salvou-se apenas a série dominical “A Cara do Pai” e os clássicos consagrados de outros tempos, como o show de Roberto Carlos e a Retrospectiva do jornalismo. Bem como o documentário do núcleo de esportes sobre o inédito ouro olímpico e o tradicional Show da Virada. Chama atenção, também, o fato da Globo Nordeste, sucursal recifense, ter planejado mais especiais, em exibição obviamente local, que a própria rede.
No SBT, que já não era muito chegado a grandes especiais, apenas trouxe como surpresas o “Roda a Roda” com as filhas de Sílvio Santos nos dias 25 e 1º, bem como o show de “Cúmplices de um Resgate”, finalizando a trajetória da novela infantil. Nem mesmo filmes especiais inéditos foram programados.
A Band também se resume a filmes na “Sessão Especial” e a empurrar, goela a baixo do telespectador, um compacto da temporada profissional do “Masterchef”, tirando a paciência com tanto desgaste e mau uso do formato. Salva-se o jornalismo da casa planejar a transmissão da queima de fogos em diversas capitais nos últimos minutos do dia 31.
A RecordTV... bem. Ela, que em 2013 chegou a surpreender exibindo diversos especiais produzidos, lembrando muito o que a Globo fazia, dessa vez vem apenas com filmes, edições temáticas dos programas de auditório e shows. Pelo menos a tradicional “Retrospectiva dos Famosos”, o “Xuchá” dentro do programa da Xuxa e a Retrospectiva do jornalismo da emissora salvam o bonde.
É uma pena que não se note mais aquele brilho especial na programação dos canais nessa época de fim de ano, como em outros tempos. Claro que nem tudo foi ou será descartável, mas dá impressão de nenhuma dedicação a mais.
Fonte: Na Telinha
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