domingo, 22 de abril de 2018

Autores temem que cortes cheguem a eles na Globo


Após a Globo dispensar estrelas do elenco de seu primeiro time, escritores estão com medo de que os cortes também cheguem a eles.

Atualmente, a emissora possui a política de manter sob longos contratos, de dois a quatro anos, autores que desenvolvam projetos exclusivos para o setor de dramaturgia.

Conversando com a imprensa, profissionais disseram estar receosos de que a Globo, assim como fez com atores, também implante o sistema de contrato por obra, comum entre as TVs americanas, com seus roteiristas. Ou seja, um formato mais econômico aos cofres da emissora.

Um escritor iniciante ganha em torno de 50 a 150 mil reais, enquanto os veteranos chegam a receber salários entre um e dois milhões de reais mensais. Porém, esses valores são reduzidos pela metade quando o profissional não está com nenhuma novela no ar.

O receio de alguns autores é que a Globo esteja passando por um transformação no modelo de negócio na área de dramaturgia, deixando o setor mais rentável para a empresa, buscando resultados de indústria de entretenimento.

Pagar para autores veteranos salários entre R$ 500 mil e um milhão de reais, sem produto no ar, de acordo com as fontes, se caminha para ser um luxo cada vez mais distante na Globo. Contextualizam a afirmação citando o fato de que o cenário no setor de dramaturgia nas TVs concorrentes no país, deixam a emissora numa posição confortável para implantação deste novo modelo.


A Record TV possui um perfil religioso nas suas tramas e diversas temáticas não são abordadas em suas novelas, limitando assim, o desenvolvimento do profissional. O SBT investe apenas em produções infantis e baratas, e não sinaliza que no futuro próximo possa querer retornar com folhetins para adultos na grade.

Possuindo a melhor estrutura, diversas plataformas de distribuição e líder de audiência, a Globo seria a primeira opção para um escritor apresentar sua sinopse. Sendo assim, manter o funcionário sob um contrato milionário, exclusivo, seria um custo que não se justificaria.

Cerca de três anos atrás, a Globo promoveu entre alguns autores veteranos a redução de seus salários, e o receio é que agora, na medida que os contratos forem vencendo, uma nova redução possa ser proposta ou uma contratação por obra possa ser oferecida.

O temor vem da única certeza: a Globo está mudando a forma que trata o negócio que a transformou como referência de qualidade e lucro na TV: novela. A saída de Malu Mader, Maitê Proença, Carolina Ferraz, Isabela Garcia e Kadu Moliterno foram as consequências do início dessa nova gestão.

Fonte: Na Telinha

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