Testemunha de alguns dos principais acontecimentos políticos e econômicos que afetaram o Brasil e seus vizinhos nas últimas décadas, o jornalista Tonico Ferreira está deixando a Rede Globo. A decisão partiu do próprio Ferreira, que, aos 70 anos, cinquenta deles de carreira, decidiu se dar mais tempo para estudar, ler, viajar e ficar perto da família, de acordo com mensagem enviada pelo diretor geral de jornalismo e esportes da emissora carioca, Ali Kamel, aos jornalistas do canal.
De acordo com a carta de Kamel, Ferreira ainda teria mais de dois anos de contrato para cumprir. “Doeu, mas não pude dizer não. Ninguém resiste ao Tonico. Não é à toa que sempre há uma roda de colegas em volta dele, quando está na redação. E não apenas para ouvir sua análise sem paixões dos assuntos da política, do sobe e desce da economia e da vida brasileira. É também para escutar histórias de mais de seus anos de jornalismo, que fazem dele um dos mais experientes e importantes profissionais da imprensa brasileira”, escreve Kamel.
Formado em arquitetura pela USP, o santista Tonico Ferreira iniciou carreira como diagramador de jornais estudantis contrários ao regime militar. Em 1967, entrou nessa função na Folha de S. Paulo. Em 1968, passou para a Folha da Tarde, quando o jornal era ligado à oposição, ma deixou o jornal no fim do mesmo ano, quando a repressão induziu mudanças na linha editorial. Atuou também nas revistas VEJA e Realidade, ambas publicadas pela Editora Abril, e foi aos poucos se afastando da diagramação e se aproximando do jornalismo, que abraçou de vez no jornal Opinião, criado em 1972.
Nos anos 1980, migrou para a TV, onde ganhou o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos por denunciar o chamado Escândalo da Mandioca, um caso de desvio de recursos públicos.
Fonte: Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário