Depois de suspender o repeteco da novela A
Próxima Vítima, o Canal Viva confirmou: já tem o título da trama que
substituirá Que Rei Sou Eu? na faixa da meia-noite e quinze. É Rainha da
Sucata, um dos grandes sucessos de Silvio de Abreu na Globo, a estreia do autor
no horário nobre da emissora. A novela volta em janeiro. A Próxima Vítima fica
para depois de Renascer, às 16h30.
Rainha da Sucata foi ao ar originalmente
entre abril e outubro de 1990 e teve uma reprise no Vale a Pena Ver de Novo em
1994. Com direção geral de Jorge Fernando, a novela tinha um elenco enxuto, mas
grandioso – reunia Regina Duarte, Glória Menezes, Tony Ramos, Antônio Fagundes,
Paulo Gracindo, Daniel Filho, Renata Sorrah, Raul Cortez, Cleyde Yáconis,
Nicette Bruno, Gianfrancesco Guarnieri, Aracy Balabanian, Lolita Rodrigues,
Claudia Raia, Patrícia Pillar, Cláudia Ohana, Andrea Beltrão, Maurício Mattar,
Marisa Orth, Marcello Novaes e outros – além das participações especiais de
Fernanda Montenegro e Lima Duarte.
A história de Maria do Carmo (Regina Duarte),
de origem humilde, mas que enriqueceu a partir de um ferro-velho (daí o título
da novela). Mulher extravagante, cafona, que sonhava em se casar com seu amor
da juventude, o quatrocentão falido Edu (Tony Ramos). Mas ela tinha que disputá-lo
com a madrasta do rapaz, Laurinha Figueroa (Glória Menezes), socialite
arrogante, apaixonada pelo enteado.
Rainha da Sucata vinha no rastro do sucesso
da lambada, mostrada na abertura ao som do hit “Me Chama Que Eu Vou”, cantado
por Sidney Magall. De quebra, Maria do Carmo lutava na justiça pela posse de um
prédio na Avenida Paulista, onde mantinha a Sucata, uma casa de shows – que
tocava lambada, lógico! Dona Armênia (Aracy Balabanian) se dizia proprietária
do terreno e seu bordão foi um grande sucesso na época: “Quero a prédio na
chón!”.
Outro bordão da novela que caiu na boca do
povo foi “coisas de Laurinha”, repetido
pelo ricaço falido Betinho Figueroa (Paulo Gracindo), sempre se referindo à sua
mulher Laurinha. Ela, por sua vez, termina a novela suicidando-se para culpar
sua inimiga Maria do Carmo: se joga do alto do prédio da Sucata, numa cena
antológica.
Em 1990, Fernando Collor havia sido
recém-eleito presidente da República, e seu plano econômico, que confiscava as
cadernetas de poupança, foi lançado enquanto Rainha da Sucata estava começando.
E a novela tratava exatamente do dinheiro, que trocava de mão, passava aos
emergentes, novos ricos da época – tudo isso muito antes da “nova classe C”,
tão em voga no momento.
Escrita por Sílvio de Abreu, Alcides Nogueira
e José Antônio de Souza, direção de Jorge Fernando, Mário Márcio Bandarra,
Fábio Sabag e Jodele Larcher.
Fonte: Nilson Xavier, do UOL
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