terça-feira, 2 de outubro de 2012

Canal Viva vai reprisar “Rainha da Sucata”


Depois de suspender o repeteco da novela A Próxima Vítima, o Canal Viva confirmou: já tem o título da trama que substituirá Que Rei Sou Eu? na faixa da meia-noite e quinze. É Rainha da Sucata, um dos grandes sucessos de Silvio de Abreu na Globo, a estreia do autor no horário nobre da emissora. A novela volta em janeiro. A Próxima Vítima fica para depois de Renascer, às 16h30.

Rainha da Sucata foi ao ar originalmente entre abril e outubro de 1990 e teve uma reprise no Vale a Pena Ver de Novo em 1994. Com direção geral de Jorge Fernando, a novela tinha um elenco enxuto, mas grandioso – reunia Regina Duarte, Glória Menezes, Tony Ramos, Antônio Fagundes, Paulo Gracindo, Daniel Filho, Renata Sorrah, Raul Cortez, Cleyde Yáconis, Nicette Bruno, Gianfrancesco Guarnieri, Aracy Balabanian, Lolita Rodrigues, Claudia Raia, Patrícia Pillar, Cláudia Ohana, Andrea Beltrão, Maurício Mattar, Marisa Orth, Marcello Novaes e outros – além das participações especiais de Fernanda Montenegro e Lima Duarte.

A história de Maria do Carmo (Regina Duarte), de origem humilde, mas que enriqueceu a partir de um ferro-velho (daí o título da novela). Mulher extravagante, cafona, que sonhava em se casar com seu amor da juventude, o quatrocentão falido Edu (Tony Ramos). Mas ela tinha que disputá-lo com a madrasta do rapaz, Laurinha Figueroa (Glória Menezes), socialite arrogante, apaixonada pelo enteado.

Rainha da Sucata vinha no rastro do sucesso da lambada, mostrada na abertura ao som do hit “Me Chama Que Eu Vou”, cantado por Sidney Magall. De quebra, Maria do Carmo lutava na justiça pela posse de um prédio na Avenida Paulista, onde mantinha a Sucata, uma casa de shows – que tocava lambada, lógico! Dona Armênia (Aracy Balabanian) se dizia proprietária do terreno e seu bordão foi um grande sucesso na época: “Quero a prédio na chón!”.

Outro bordão da novela que caiu na boca do povo foi “coisas de Laurinha”,  repetido pelo ricaço falido Betinho Figueroa (Paulo Gracindo), sempre se referindo à sua mulher Laurinha. Ela, por sua vez, termina a novela suicidando-se para culpar sua inimiga Maria do Carmo: se joga do alto do prédio da Sucata, numa cena antológica.

Em 1990, Fernando Collor havia sido recém-eleito presidente da República, e seu plano econômico, que confiscava as cadernetas de poupança, foi lançado enquanto Rainha da Sucata estava começando. E a novela tratava exatamente do dinheiro, que trocava de mão, passava aos emergentes, novos ricos da época – tudo isso muito antes da “nova classe C”, tão em voga no momento.

Escrita por Sílvio de Abreu, Alcides Nogueira e José Antônio de Souza, direção de Jorge Fernando, Mário Márcio Bandarra, Fábio Sabag e Jodele Larcher.

Fonte: Nilson Xavier, do UOL

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