Ao decidir permanecer no subúrbio carioca, no
fictício bairro do Divino, Tufão (Murilo Benício) não sabia, mas estava criando
uma tendência na televisão. Outros moradores do Rio de Janeiro que não aparece
nos cartões postais também terão sua chance na Globo a partir desta
quinta-feira, às 23h30, quando estreia a série "Suburbia", dirigida
por Luiz Fernando Carvalho, responsável por trabalhos ousados, como "O Que
Querem as Mulheres?" e "Capitu".
A trama gira em torno de Conceição (Débora
Letícia Nascimento na primeira fase e Érika Januza na segunda), uma jovem mineira
que leva uma vida quase escrava em fornos de carvão ao lado da família. Cansada
de viver no perrengue e assustada com a morte do irmão, vítima de uma explosão,
ela foge para o Rio, onde anos mais tarde vira uma estrela do funk no bairro de
Madureira.
Mineira como a personagem, Érika tem outras
semelhanças com a personagem. "Entrei num concurso de samba e
ganhei", revela. Há cerca de cinco anos, ela saiu de Contagem (MG) e teve
uma experiência traumática ao visitar a Cidade Maravilhosa. "Eu me arrumei
toda para tirar uma foto no Projac, mas o segurança não deixou", relembra
ela, que não se conteve ao conseguir o papel e entrar como funcionária.
"Chorei muito. Agora, tenho um crachá", gaba-se.
Assim como Érika, que nunca havia atuado, o
elenco, em sua maioria, é formado por não atores que fizeram testes. Luiz
Fernando Carvalho diz que faz parte da proposta. "Suburbia é uma
desconstrução daquilo tudo que já fiz. Criar uma linguagem simples é
difícil", filosofa. O diretor explica que, para ele, é mais fácil fazer os
não atores se adaptarem à história, criada a partir da convivência de Carvalho
com uma empregada doméstica. "É uma história real. Eu precisava de
desconhecidos." Cerca de 90% do elenco são atores negros. "É a nova
cara da riqueza", defende Fabrício Boliveira, um dos poucos atores
veteranos, que vive Cleiton, um personagem-coringa e par romântico de
Conceição.
Fonte: Yahoo
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