Há exatos dez anos, em 7 de agosto de 2007, a Globo estreava a série Toma Lá Dá Cá (2007-2009). Na época com 14 anos, o ator Daniel Torres, que interpretava Adônis, foi alçado ao estrelato do dia para a noite. Depois de outras cinco temporadas como o Alessanderson de Pé na Cova (2013-2016), Torres agora batalha para ter novas oportunidades na TV: "É um meio difícil, você precisa lidar com muita rejeição".
Aos 24 anos, o ator não é nenhum novato na profissão: antes das duas séries, estreou na TV como protagonista do especial de fim de ano O Pequeno Alquimista (2004). Na sequência, emendou um papel na novela A Lua Me Disse (2005), escrita por Miguel Falabella. Iniciou ali mesmo sua parceria com o ator, autor e diretor.
"Eu tive uma situação um pouco atípica, porque o Miguel gostou de mim na novela e me chamou para o Toma Lá e, depois, para Aquele Beijo [2011]. Mas, antes de conseguir o papel no Pequeno Alquimista, eu tive de fazer muito teste, já ouvi muito 'não'. Não é uma carreira fácil, especialmente para alguém tão novo", conta.
Afastado da TV desde o fim do Pé na Cova, há mais de um ano, Torres aproveita o diploma da faculdade de cinema para se aventurar em outras áreas. "Estou ajudando um amigo com a edição de um clipe, me aprimorando para ser assistente de direção. Também quero escrever roteiros, mas preciso estudar muito para isso (risos)", arrisca.
A vontade de estar também atrás das câmeras não é nova: desde a época do Toma Lá, o jovem ator já demonstrava uma curiosidade natural para entender como funcionavam os bastidores da produção.
"Eu perguntava muito, mexia nas câmeras, queria saber tudo. Acho que, seja como ator, roteirista ou diretor, você está apresentando uma história ali. E eu sei que gosto mesmo é de contar histórias".
Trabalho duro - A experiência de atuar no Toma Lá Dá Cá foi puxada. Como estava em idade escolar, Daniel precisava aliar os estudos com o trabalho. "Era um programa com formato diferente, que tinha plateia, e eu estava ao lado de atores incríveis, então tive que dar muito duro. O Adônis foi um personagem que exigiu muito de mim", lembra.
Porém, como o caçula do elenco, o ator também tinha regalias. "Acho que eu recebia um carinho especial dos outros atores por ser o mais novinho. A Arlete Salles, por exemplo, era maravilhosa comigo. E, como ela vivia uma avó moderna, toda jovial, me pedia dicas de algumas gírias e gestos para fazer", diz.
Lidar com o público, porém, era diferente. Apesar de gostar de receber o retorno dos fãs, o sucesso repentino forçou o ator a mudar alguns hábitos: "Era legal, mas de certa forma assustador. Comecei a ser reconhecido em todos os lugares. Aí, parei de frequentar praias lotadas, evitava grandes aglomerações. Queria ter um pouco de sossego para mim e para minha família".
Agora, com a reprise da série no canal pago Viva, Daniel tem a oportunidade de se lembrar do trabalho. "É curioso, eu gosto de ver porque já esqueci todas as piadas, vejo como um leigo. Chego em casa, minha mãe está vendo, aí sento do lado e começo a rir", diz ele.
O ator confessa que não gosta muito do seu visual na série: "Eu era muito magrinho, né? É meu único problema com a série. Mas acho que o visual funcionava para a proposta do personagem".
Dez anos depois, Torres diz que perdeu a amizade com os companheiros de elenco. "Cada um segue com sua vida, o contato vai se perdendo. Mas esse mundo é um ovo, então sempre encontro a Marisa Orth, a Fernandinha [Souza], o George [Sauma]. A Arlete já vi em eventos por acaso e é sempre muito carinhosa. Com o Miguel falo de vez em quando, mas ele está sempre na correria, com muitos projetos", explica.
Fonte: Na Telinha
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