Grande sucesso da faixa nobre da Globo, “Terra Nostra”, de Benedito Ruy Barbosa, com direção de Jayme Monjardim, ganhará sua segunda reprise na TV – a primeira pelo canal Viva.
Se nada mais mudar na seleção de títulos programada para o canal, a trama de Matteo (Thiago Lacerda) e Giuliana (Ana Paula Arósio) vai substitui “Baila Comigo”, de Manoel Carlos.
Anunciada em primeira mão, em agosto passado, a trinca de novelas da próxima temporada mudou quase toda. Em vez de “Terra Nostra”, o Viva exibiria “Força de Um Desejo” (1999), de Gilberto Braga e Alcides Nogueira.
“Roda de Fogo” (1986), de Lauro César Muniz, também foi cortada dos planos e pela segunda vez volta para a gaveta. No lugar dela, o Viva exibirá “Porto dos Milagres” (2001), de Aguinaldo Silva.
Apenas “O Cravo e a Rosa” (2000), de Walcyr Carrasco, justamente a mais reprisada dos três títulos anteriormente citados. O enredo esteve por duas vezes no “Vale a Pena Ver de Novo”, na Globo, em 2003 e 2013, sempre com bom êxito de audiência.
Procurada sobre alterações de planos desde quarta-feira, a assessoria do Viva não se manifestou.
Dirigida por Jayme Monjardim, “Terra Nostra” foi a reedição da parceria entre Benedito Ruy Barbosa e Jayme Monjardim, a dupla que fez a Globo rever seus conceitos de teledramaturgia em função do sucesso de “Pantanal” (1990) na extinta TV Manchete.
A partir daquele enredo em que uma mulher (Juma Marruá/Cristiana Oliveira) virava onça e um senhor morto se materializava como Véio do Rio (Cláudio Marzo), a Globo revisou as possibilidades de levar a novela para locações fora do comum, com mais externas e menos estúdio, o que se concretizou em “Renascer” (1992), quando Benedito voltou à Globo, mas então dirigida por Luiz Fernando Carvalho. “Renascer” está na minha lista das dez melhores produções já realizadas no gênero do folhetim.
Monjardim e Ruy Barbosa, no entanto, só voltariam a fazer parceria na terceira novela do autor após sua volta à Globo – lembrando de “O Rei do Gado”, produzida em 1996, também dirigida por Carvalho.
Foi a despedida dos dois. Ruy Barbosa se desentendeu com Monjardim após o fim do romance de Matteo e Giuliana, retomando depois a parceria com Carvalho, com quem trabalhou até o último trabalho do diretor na Globo, “Velho Chico”.
“Terra Nostra” nos brinda com a saudosa presença de Raul Cortez, que, ao contrário do que aconteceria a um imigrante italiano na vida real, foi acentuando seu sotaque à medida em que a novela avançava, um efeito inevitável do aprimoramento do exercício do ator (e que ator!).
Tem ainda Maria Fernanda Cândido, no papel da italiana que seduz Cortez, em cenas memoráveis de uma mulher belíssima, à época comparada a Sofia Loren, com uma personagem de sedução quase genuína.
E tem Ana Paula, sempre e acima de tudo, de quem sempre vale a pena matar saudades.
Convém ainda destacar o par formado por Lu Grimaldi e Antonio Calloni, de uma comoção ímpar.
E não se pode ignorar a atuação de Débora Duarte, de uma sensibilidade gigantesca, capaz de nos remeter a “Anarquistas Graças a Deus”, em que ela fazia a brava Angelina, mãe de Zélica Gattai, em par com Ney Latorraca, o Ernesto, na minissérie dirigida por Walter Avancini.
A trilha de abertura é embalada pela voz de Aguinaldo Rayol, “Tormento D’Amore”, e toda a novela segue em um ritmo que fazia o brasileiro crer que pudesse falar italianês, sem grandes dificuldades.
Uma curiosidade: sucesso na Itália, “Terra Nostra” incentivou a compra de “Esperança”, novela de Benedito que não repetiu o sucesso de “Terra Nostra”, pelo mesmo canal, Rette 4, do grupo do ex-primeiro ministro Berlusconi, sob o título “Terra Nostra 2”.
Fonte: UOL
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