O ator João Fernandes, que aos 10 anos vivia o pequeno Amarit na novela "Caminho das Índias", da Globo, é a grande sensação dos adolescentes que vão assistir ao espetáculo "Meninos e Meninas", que está há dois anos em cartaz e há três meses deixou o Rio para ser encenada no Teatro Gazeta, em São Paulo.
O sucesso que o musical vem fazendo não é só pelo fato de retratar os dramas e conflitos vividos pelos jovens nessa fase da vida, mas principalmente pelo beijo gay protagonizado no espetáculo por João, 17 anos, e pelo ator Bruno Gadiol, que substituiu o ator Raphael Thome. Na história, eles são amigos e o personagem de João se descobre apaixonado pelo de Bruno. O jovem, então, titubeia em contar que gosta do amigo, temendo perder a amizade. No final das contas, tudo dá certo e os dois descobrem que a paixão é recíproca.
João, que é heterossexual e tem uma namorada, conta que não teve dificuldade nenhuma em beijar Bruno em cena. "É uma cena muito bem escrita, que fala de amor, independente do sexo. Não foi desafio nenhum. Aquela ali não é uma cena homossexual e sim de duas pessoas que se amam. Ela poderia acontecer claramente com uma menina ou um menino. Não tenho preconceito nenhum com a orientação sexual das pessoas. O amor é tudo na vida e sem ele ninguém é feliz", diz João.
Atrevido e ousado - O ator começou na carreira aos 10 anos de idade de forma atrevida. Ao ouvir um 'não' da mãe psicóloga sempre que manifestava a ideia de seguir a carreira artística, por volta dos 7 anos, João foi bem ousado. Aos 9, ele falsificou a assinatura da mãe em um papel que liberava o aluno para fazer um teste na escola quando uma agência de caça-talentos estava a procura de crianças promissoras. E não é que João passou no teste? "Aí, não teve jeito. Minha mãe foi obrigada a autorizar que a agência me contratasse. Desde então ela se tornou a pessoa mais importante nessa minha caminhada."
De cara João passou no teste para viver o Amarit de "Caminho das Índias". De lá para cá vieram também personagens em "Escrito nas Estrelas" (Luizinho); "Cordel Encantado" (Eronildes); "Avenida Brasil" (Picolé) e "Joia Rara" (Peteleco). Ele conta que por conta do fato de ter começado a trabalhar tão cedo e também por ter descoberto aos 4 anos ser portador de diabetes, amadureceu rápido. "Tive que crescer. Minha primeira prova para o amadurecimento foi o diabetes, tão cedo. Aprendi a me controlar desde pequeno por causa da doença. Também perdi a minha avó, que teve uma doença muito séria, e como minha família não é abastada, preciso trabalhar. Se não tiver a cabeça no lugar, perco a minha rédea."
Agora, João Fernandes se prepara para estrear como diretor e autor teatral. Ele vai dirigir o musical "Suspiro colegial", que retrata o dia a dia de jovens no terceiro ano do ensino fundamental. "Estou com frio na barriga só de pensar no primeiro dia do ensaio com o elenco!", admite.
Fonte: EGO
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