Sexo a
Três:
O programa apresentado pelo tal Dr. Rey durou apenas alguns meses, o suficiente
para conquistar o título de pior do ano. Mulheres seminuas, as “reyzetes”,
dançavam no palco e eram constantemente apalpadas pelo chefe. Excitado, ele
referia-se ao seu órgão sexual como “Mr. Happy”. Foi, enquanto durou, um
programa ainda mais sem sentido que a cobertura de Carnaval que a RedeTV!
promove todo ano.
Mulheres
Ricas:
Artificial até a raiz dos cabelos, o programa da Band tentou convencer o
público que mostraria a rotina de uma grupo de ricas, ex-ricas e
querendo-ser-ricas dispostas a expor a própria imagem em situações
constrangedoras, falando bobagens, fingindo gastar dinheiro e simulando
felicidade. O resultado pareceu um filme institucional destinado a promover
variadas marcas e ouvir as bobagens ditas por Narcisa Tamborindeguy e Val
Marchiori. Fez tanto barulho que ganhará uma segunda edição em 2013.
Phantasmagoria: O “Fantástico”
submeteu o público ao constrangimento de ver um de seus apresentadores parecer
levar a sério uma “investigação sobre os lugares assombrados do Brasil”. Ao seu
lado na empreitada estava um mágico, chamado Kronnus. “Existem explicações
científicas para tudo de estranho que acontece lá”, disseram na estreia, depois
de mostrar fenômenos ocorridos num castelo no Paraná. Para esquecer.
Roberto
Justus +:
Apesar do sinal de adição que acompanha o nome do publicitário no título, o seu
talk show acrescentou muito pouco ao gênero. A escolha de um tema por noite
engessa o programa, que também sofre para ir além da troca de gentilezas e
rapapés com os convidados. Num dos raros momentos em que questionou um entrevistado, provocou
Danilo Gentilli acerca do mau gosto do humor que promove.
O Maior
Brasileiro de Todos os Tempos: Adaptado de um formato da BBC e apresentado
por Carlos Nascimento, o programa chegou a parecer divertido, mas não passou de
uma boa ideia executada sem muito jeito pelo SBT. Proposta típica da era da
interação, do “você decide”, a enquete colocou Michel Telo à frente de Tom
Jobim, Garrincha atrás do zagueiro Dedé, do Vasco, entre outras curiosidades. O
vencedor foi o médium Chico Xavier.
BBB12: O reality show mais
longevo e rentável da televisão brasileira teve uma edição terrível. O programa
será lembrado, infelizmente, como aquele em que a Globo eliminou um
participante por “comportamento gravemente inadequado” logo no sexto dia e
passou os dois meses seguintes tentando abafar o caso e reescrever a história
do jogo.
Amazônia
e Fazenda de Verão:
A Record não deu sorte com reality show em 2012. O primeiro, o mais sonolento
do ano, teve Victor Fasano como apresentador, aulas sobre os mistérios da selva
e candidatos abraçando árvores. O segundo, montado às pressas, viu três
candidatos desistirem, um ser expulso e, para piorar, hesita mostrar as cenas
mais apimentadas de um casal formado por mulheres.
Saturday
Night Live:
A versão brasileira do famoso humorístico americano nasceu torta e não
conseguiu achar o prumo em 2012. Escalado para substituir o “Pânico”, que
deixou a RedeTV! depois de atrasos em pagamentos, estreou aos domingos, apesar
de ter “sábado” no nome. Rafinha Bastos, promovido a produtor-executivo, não
deu conta da tarefa e deixou a atração após alguns meses. O “SNL” brasileiro
será lembrado, infelizmente, pela pífia audiência da estreia, de 0,8% no Ibope.
As
Brasileiras:
Muito diferente de “As Cariocas”, que a inspirou, a série criada por Daniel
Filho brindou o público com um desfile de mulheres lindas, de fato, mas vivendo
personagens bobas, em textos primários, salpicados de apelação barata. Um dos
raros bons momentos ocorreu no último episódio, quando Fernanda Montenegro riu da
abertura da série
Máscaras: Maior aposta da
dramaturgia da Record no ano, a novela de Lauro Cesar Muniz não emplacou. Pior,
derrubou a audiência e foi encurtada sem dó. “Acho que me empolguei demais em
criar uma trama policial cheia de mistérios e cometi o grave erro de abrir
esses mistérios sem fechá-los em pouco tempo. Isso deu a sensação de trama sem
clareza. No ar, a maioria das respostas está sendo dada, mas talvez seja
tarde”, reconheceu o autor, com notável franqueza.
Fonte: Mauricio Stycer, do UOL
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