Moradores de Belém estranharam como a cidade está sendo retratada em "A Força do Querer", novela das 21h da Globo que estreou no dia 3 de abril. As reclamações não ficaram só nas conversas do dia a dia. Também ganharam os comentários dos perfis da autora, Glória Perez, nas redes sociais.
Questionam expressões usadas de forma errada por alguns personagens, o sotaque nordestino e por que a música tema de Ritinha (Isis Valverde) é um forro. Também não gostaram de o tanque onde Ritinha se exibe como sereia ser no mercado Ver-o-Peso, onde não há aquário.
"Os episódios que acontecem no Ver-o-Peso é que estão gerando polêmica. Principalmente porque as pessoas não se reconhecem nas cenas", diz o professor e pesquisador paraense João de Jesus Paes Loureiro.
"A novela não espera ser documental, mas não deveria fugir a uma lógica entre ficção e realidade. Não se colocaria, por exemplo, o Pão de Açúcar na proximidade dos Andes", acrescenta.
"Como paraense, ver a nossa cidade, a nossa paisagem contemplada no horário da emissora que tem mais alcance no Brasil é de uma importância fundamental", declara o professor e diretor Denis Bezerra. "Tem esse estranhamento, mas eu me identifico em muitas coisas."
Para o cineasta amazonense Sérgio Andrade, alguns habitantes do Sul e Sudeste têm a impressão de que é tudo igual no Norte e no Nordeste. "Faz parte desse bairrismo disfarçado que existe no Brasil, que não observa com detalhes cada região e suas peculiaridades. Então, para a novela, está tudo bem ter sotaque nordestino porque na generalização é tudo Norte."
Segundo a Globo, a novela não se passa exatamente em Belém, mas em uma cidade fictícia chamada Parazinho. A emissora também afirma que a atração é uma ficção sem compromisso de ser fiel com a realidade.
"A música tema de Ritinha é 'Sereia', de Roberto Carlos. As demais músicas tocadas quando a personagem está em cena fazem parte da trilha da novela, que abrange diversos ritmos brasileiros. Sobre o tanque de água em que Ritinha nada, a cena se passa nos arredores do Ver-o-Peso, não dentro no mercado. É um recurso dramatúrgico que ajuda a contar a história dela", diz a emissora em nota.
Fonte: Folha
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