Alexandre Mortágua quebrou o silêncio. Desde
que deixou o Rio para morar sozinho em São Paulo, o filho do jogador Edmundo
com a ex-modelo Cristina Mortágua, reconhecido por um teste de DNA, tem
preferido a discrição, longe dos flashes e, principalmente, das polêmicas. Em
2011, uma briga com a mãe foi parar na delegacia e ele passou a ser conhecido
nacionalmente como o filho gay do Animal.
Hoje, com 20 anos completados na última
terça-feira, Alexandre leva a vida sem rótulos: “Aquela situação não tem nada a
ver comigo. Nunca me imaginei uma celebridade. Estranhei muito toda a exposição
que tive durante um ano. Me sinto mais pé no chão e com controle de tudo que
sai da minha boca”.
Estudando Cinema e já matriculado para o
curso de Artes Plásticas, voltar aos holofotes não está nos seus planos: “Todas
as portas que poderiam ser abertas com o nome do meu pai e da minha mãe, quero
deixar fechadas. Se eu soubesse jogar futebol, usaria o nome do meu pai para
ganhar dinheiro, mas não é o caso”.
Com Edmundo, Alexandre continua não tendo
contato. Na verdade, ele nem sem lembra mais há quantos anos eles não se veem.
“Não tenho nada de bom para falar do meu pai”, limita-se a dizer. Ele continua
recebendo pensão do ex-jogador, o que é, no momento, motivo de uma briga na
Justiça entre pai e filho.
“Ele não faz parte da minha vida e alegou que
eu não estava estudando para não pagar mais. Até os 24, se eu estiver estudando
ainda, tenho direito. Não estou descumprindo nenhuma lei”, explica. A coluna
entrou em contato com a assessoria do ex-jogador Edmundo, mas não obteve
retorno.
Já os conflitos com a mãe ficaram nos antigos
noticiários. “Não tenho como fazer com que as pessoas entendam que hoje estamos
bem. Passamos muitas coisas juntos e só ela pode me entender. Ser criado por
uma mãe solteira não é fácil. Tudo é culpa da mãe. Se o pai paga pensão, está
tudo bem”.
Alexandre Mortágua diz que teve sorte de ter
sido criado num ambiente burguês. “Consegui me impor e nunca ser oprimido.
Nunca senti muito preconceito”, diz. Apesar disso, ele tem vontade de se
engajar na luta pelos direitos dos homossexuais e torce pela aprovação da Lei
da Homofobia: “Na minha esquina, dois já foram mortos. O medo existe, mas a
gente segue adiante”.
Fonte: Jornal Extra
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