No ar como a Carolina em "Verdades Secretas", Drica Moraes teve pouco tempo para se preparar para a novela.
Isso porque o convite veio em cima da hora, já que a personagem seria de Deborah Secco, que ficou grávida e teve que deixar a trama.
Essa foi a oportunidade de Drica voltar ao ar, após abandonar a novela "Império" no fim do ano passado, por problemas de saúde.
Em entrevista à colunista Lígia Mesquita, do jornal Folha de S.Paulo, a atriz falou sobre seu retorno à TV e deu opiniões sobre o conservadorismo, boicote e função social de um folhetim.
Drica Moraes teve apenas uma semana de preparação para começar a gravar "Verdades Secretas". Sobre esse tempo, disse: “Teve um tempo de me convencer, de ver que podia dar conta”.
Com a pouca disponibilidade para se preparar para viver Carolina, a atriz explicou: "Eu fiz uma leitura na diagonal até o capítulo 10 um pouco pra ver se eu ia dar conta daquela situação de emergência. Fiz uma conta por alto e vi que dava pra fazer sem preparações específicas porque era um personagem muito parecido comigo. Mas não teve preparação, foi mais um estudo de leitura, de buscar sutilezas, detalhes".
Questionada, ela falou sobre suas semelhanças com a personagem: "Esse amor poderoso de mãe, essa fé no afeto que todas as mães têm. Sou muito parecida com ela porque não é uma mãe distante, fria, com uma neurose específica. Ela é bem diferente da Cora ('Império'), que tinha quase uma psicose. Essa personagem é solar, é leve, é brejeira. Me sinto parecida com ela em muitos aspectos, mas chegar nisso não é fácil. A gente tem que ficar decifrando a cada cena".
Sobre as recentes reações conservadoras de parte do público às novelas, Drica Moraes bradou: "A TV deve e pode refletir a sociedade. Tem que ter limite de horário para alguns conteúdos, mas não a alienação da família. O controle remoto não tá na mão da criança, e é esse poder que os pais não conseguem mais instituir em casa. E começam a se ausentar da responsabilidade ao criticar extremamente a TV. Sou da turma que defende que as coisas possam ser ditas, com responsabilidade, e possam ser vistas sempre. Onde essas pessoas colocam o direito delas de desligar a TV, trocar de canal?".
E falou sobre um assunto que está em debate: A dramaturgia deve ter uma função social? "Ela exerce essa função querendo ou não, porque você tá ali jogando luz sobre algumas coisas. A TV é sempre referência de conduta, de valores, de moda. Dentro desses horários reservados para exibição de certos conteúdos tem mais que mostrar o ser humano inteiro, completo. E a função dos pais e da família é não terceirizar a educação do filho, mas dividir com a televisão, com os professores, a escola, os valores que são demonstrados".
Por fim, "Verdades Secretas" aborda o mundo da moda e fala sobre o "book rosa", que é uma lista de modelos que aceitam se prostituir. O tema é forte e a novela conta com muitas cenas sensuais, mas Drica Moraes não teme um boicote do público.
"Penso em fazer meu trabalho. Eu tenho um filho de seis anos e falei pra ele que essa novela não iria ver. Deixei ele ver uns pedaços do primeiro capítulo pra saber onde eu trabalho, com a combinação de que determinadas coisas ele não veria. Aqui em casa tem cumplicidade e mãe que manda e filho e que obedece", finaliza.
Fonte: Na Telinha
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