O fim do casamento foi anunciada com extremo profissionalismo, mas o ex-casal não escapa das especulações que surgem nessa hora: o pivô terá sido mesmo aquela médica?
(Foto: Fotos e montagem: acervo abril (Bonner), Leo Aversa (Fátima), wildpixel (coração))
O anúncio, direto e formal, aconteceu exatamente às 21h33 de segunda-feira (29): “Em respeito aos amigos e fãs que conquistamos nos últimos 26 anos, decidimos comunicar que estamos nos separando”. Um minuto depois, a mensagem seguia: “Continuamos amigos, admiradores do trabalho um do outro e pais orgulhosos de três jovens incríveis”. E por fim, vinha a conclusão: “É tudo o que temos a declarar sobre o assunto. Agradecemos a compreensão, o carinho e o respeito de sempre”. Divulgado simultaneamente em dois perfis na rede social Twitter, o texto era absolutamente idêntico, a não ser por um detalhe: a assinatura. No perfil do marido, o nome da mulher antecedia o dele, um sinal de elegante deferência e uma maneira de não deixar dúvida de que o tom era absolutamente consensual. No dela, o nome dele vinha antes, com o mesmo efeito.
Esse foi o formato escolhido por William Bonner, 52 anos, e Fátima Bernardes, 53, para pôr publicamente um ponto final em um relacionamento que fez parte do dia a dia de milhões de telespectadores por mais de duas décadas. Obviamente, assim que as mensagens foram divulgadas, a internet pegou fogo. Cálculos do próprio Twitter dão conta de que, do momento em que os tuítes foram disparados até as 13 horas do dia seguinte, foram registradas 709 433 menções à separação do casal. Com isso, o assunto se tornou, disparado, o tema mais comentado do período no país. Em comparação, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que na segunda-feira havia discursado e se defendido no Senado por mais de treze horas, foi alvo de 287 945 menções. O anúncio gerou ainda uma avalanche de citações e piadas digitais, os chamados memes, sem contar as manifestações de fãs em outras redes como Instagram e Facebook. Não eram poucos os casos em que Bonner era atacado e responsabilizado pelo rompimento, enquanto Fátima era tratada como vítima.
Surpreendente não apenas pelo conteúdo, mas também pela forma, o comunicado oficial da separação de Bonner e Fátima revelou-se uma operação meticulosa, executada com cuidado e planejamento. O texto direto não deixa margem a dúvida. A opção pelo Twitter, adotado por personalidades como o presidente americano Barack Obama para fazer anúncios como o de sua recente viagem a Cuba, foi um modo de privilegiar o caráter informativo e menos dispersivo que o de outras redes sociais. Até mesmo a data, crucial no cenário político nacional e vinculada a desdobramentos nos dias seguintes, sinaliza que o objetivo era reduzir o falatório em meio a notícias mais pungentes. Mesmo assim, o efeito imediato foi estrondoso. A revelação se espalhou e refletiu em recordes de audiência em sites noticiosos nas horas subsequentes à divulgação. Só não chegou às revistas de celebridades da semana porque a maioria delas já estava nas gráficas nesse horário. “A separação apareceu como uma tremenda notícia, de grande interesse público”, explica Carlos Moreira Jr., diretor do Twitter.
Juntos no Jornal da Globo, em 1989, onde se conheceram (Foto: LUIZ BARRO/AGENCIA ESTADO)
Ainda assim, mesmo com tanta preparação, o fato de que a perfeição conjugal exibida por Bonner e Fátima por tanto tempo não existe mais chacoalhou a imagem de ambos. O que para os milhões de brasileiros era uma informação bombástica, nos corredores da Globo era tratado como uma questão de tempo. Por trás das câmeras, já se comentava desde o início do ano que o relacionamento tinha sinais evidentes de desgaste. Em março, a jornalista afastou-se do comando do programa Encontro por alguns dias e foi substituída às pressas por Ana Furtado e Lair Rennó. A justificativa dela era que havia sido acometida por uma virose. Nos bastidores, a explicação era outra: as discussões entre marido e mulher haviam ultrapassado o patamar dos desentendimentos habituais em um casamento longevo e Fátima tinha ficado muito abalada com a situação, a ponto de pedir uma licença do trabalho.
Com os trigêmeos Vinicius, Laura e Beatriz, com um ano, em 1998 (Foto: ERALDO PLATZ)
Há cerca de três meses, surgiram novos sinais de que as coisas não iam bem. No período em que os filhos trigêmeos — Vinicius, Beatriz e Laura, de 18 anos — faziam um intercâmbio no Canadá e nos Estados Unidos, o casal mal se falava, enquanto Bonner acompanhava com entusiasmo a reforma de um apartamento no 5o andar de um prédio na Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, próximo à sede da Globo, no Jardim Botânico. Fátima, que mora na Barra e trabalha no Projac, em Jacarepaguá, não pisou uma única vez no local. Foi para esse imóvel, uma unidade de quatro quartos e 200 metros quadrados, avaliado em cerca de 5 milhões de reais, que o apresentador se mudou recentemente. Antes de a separação se tornar pública, VEJA RIO procurou Fátima, no último dia 7 de julho, para conversar sobre o assunto. Ela não respondeu aos pedidos de entrevista nem fez comentários a respeito. Entretanto, minutos após o contato, a assessoria de imprensa da TV Globo procurou a revista e negou veementemente a informação. Em respeito aos envolvidos, VEJA RIO não publicou a notícia da separação. Passadas algumas semanas, a jornalista tirou alguns dias de folga de seu programa matutino. Depois do anúncio oficial, amigos de Fátima confirmaram que ela se dedicou a resolver pendências relativas ao fim do casamento no período.
Obviamente, conforme os indícios de que as coisas não iam bem aumentavam, começaram a ganhar força rumores de que havia uma terceira pessoa — mais especificamente uma mulher — envolvida no episódio. O primeiro nome a ser comentado foi o de Maria Julia Coutinho, a Maju, com quem Bonner contracena, esbanjando simpatia, no Jornal Nacional. Mais recentemente, passou-se a falar de uma jovem jornalista da Globo, recém-separada. Colegas próximos a Bonner e Fátima ouvidos por VEJA RIO, entretanto, descartam as duas possibilidades. Segundo eles, de fato existiria um pivô da separação, mas trata-se de uma médica, casada, cerca de dez anos mais nova que Bonner. Procurado para esta reportagem, o ex-casal não concedeu entrevistas.
Lado a lado na bancada do Jornal Nacional, onde trabalharam juntos por 13 anos (Foto: Carol Feichas/Folhapress)
Personalidades que vivem da própria imagem estão constantemente sob o escrutínio público. Para elas, qualquer ruptura no padrão a que os espectadores estão habituados pode provocar prejuízos severos — que, não raro, se estendem às empresas que contratam seus serviços. Estima-se que, hoje, Bonner ganhe em torno de 700 000 reais mensais no principal programa jornalístico da maior emissora de TV do país, um bastião de credibilidade. Fátima, por sua vez, é um ícone da simpatia na televisão, amada por seus fãs, e tem vencimento mensal que oscila na casa dos sete dígitos, fruto de contratos publicitários que passou a firmar desde que deixou o Jornal Nacional, em 2011, onde dividia a bancada com o marido havia treze anos. A própria Globo, como corporação, tem interesses a zelar em se tratando do casal. No episódio da separação, entretanto, ambos tiveram absoluta autonomia para decidir quando e como tornar público o assunto. Conversas com diretores da empresa sinalizavam que o movimento ocorreria depois dos Jogos Olímpicos, um evento estratégico para a emissora. No entanto, não houve nenhum envolvimento formal de profissionais da casa na estratégia de comunicação. “Essa é uma questão estritamente pessoal deles, sem ingerência da TV no assunto. É claro que são dois personagens importantes na estrutura da empresa e que isso foi conversado internamente, mas a maneira como tudo foi feito diz respeito apenas aos dois”, diz Andrea Doti, diretora de imprensa e produção editorial da emissora. Como tudo foi mantido em absoluto sigilo entre os dois, especula-se que o próprio Bonner, fanático por redes sociais e muito hábil no manejo de seus diversos perfis e no trato com os fãs, decidiu-se pelos tuítes e definiu a data de divulgação. “Ele é muito talentoso nisso. Acompanha indicadores, estatísticas, conhece cada peculiaridade desse meio. Sem contar que é publicitário de formação e sabe muito bem como abordar essa questão da imagem”, afirma um jornalista da Rede Globo.
Os três filhos com os pais em um dos eventos da TV Globo, em 2013 (Foto: MANUELA SCARPA/REVISTA CONTIGO!)
Em uma demonstração de profissionalismo inabalável, Fátima e Bonner trabalharam normalmente no dia seguinte ao anúncio da separação. Pela manhã, ela apresentou o Encontro como se nada houvesse acontecido. Entretanto, quem acompanhou as gravações notou uma diferença: Fátima se manteve isolada no estúdio e não participou das recorrentes sessões de selfies com os convidados que acontecem no fim do programa. Bonner também adotou o silêncio. Ele entrou na redação do JN no princípio da tarde, foi direto para a sua sala envidraçada, fechou a cortina e só saiu de lá para apresentar o telejornal. Não chegou a conversar nem mesmo com a sua colega de bancada, a jornalista Renata Vasconcellos. E, pela primeira vez, apareceu em rede nacional sem aliança no anular esquerdo. A separação estabelece um novo patamar de convivência para ambos. Aparentemente, o assunto está bem resolvido e os filhos assimilaram a nova realidade - cursando a universidade no Rio, eles já são considerados maduros pelos pais. A questão patrimonial está sendo tratada com discrição - o ex-casal possui uma casa na Barra, uma propriedade em Secretário, região de Petrópolis, o apartamento da Lagoa e um confortável imóvel de 500 metros quadrados e cinco suítes no condomínio Portobello em Mangaratiba, onde têm como vizinhos a atriz Adriana Esteves, a apresentadora Regina Casé e o ex-governador Sérgio Cabral. Tomando-se como exemplo a elegância, a reserva e o comedimento demonstrado até agora, Fátima e Bonner devem sair muito bem-sucedidos desse desafio.
Fonte: Veja Rio
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