Considerado um dos jornalistas mais admirados do Brasil, William Bonner completou neste dia 1º de abril, 20 anos à frente do "Jornal Nacional", principal telejornal da TV brasileira.
A sua estreia no comando do "JN" foi em 1º de abril de 1996. Na ocasião, buscava-se uma renovação no estilo e na apresentação do noticiário, que era comandado há décadas por Cid Moreira e Sérgio Chapelin. Cid, na época, continuou no jornal lendo editoriais do grupo, enquanto Chapelin foi para o "Globo Repórter".
Àquela altura, Bonner já era editor-chefe e apresentador do "Jornal Hoje", juntamente com Fátima Bernardes, e substituto imediato dos dois âncoras. Antes ainda, ele havia passado por "Jornal da Globo" e "SPTV".
Bonner fora convidado por Evandro Carlos de Andrade, na época diretor da Central Globo de Jornalismo, para ser um dos editores do jornal e apresentador, juntamente com Lilian Witte Fibe, que estava no elogiado "Jornal da Globo".
O cenário foi mudado, ganhou mais cores e uma participação de Galvão Bueno, para dar as notícias do esporte, foram os diferenciais.
Naquele dia de estreias, os destaques foram uma mega rebelião em Goiânia (GO) e uma polêmica com Rubens Barrichello no GP Brasil de Fórmula 1 de 1996:
Se Lilian Witte Fibe durou pouco menos de dois anos, Bonner só crescia no "Jornal Nacional". Em 1998, ele ganhou a companhia da mulher, Fátima Bernardes, na ancoragem do telejornal. Em 1999, ele se tornou editor-chefe, cargo que também está até hoje, sendo responsável por toda a montagem do "JN".
Em 2000, uma ideia que defendia foi acatada pela Globo: o "Jornal Nacional" passou a ser apresentado diretamente da redação onde ele é preparado, o que permite uma maior integração da equipe e dos apresentadores - algo que se tornou comum nos outros telejornais da Globo anos depois.
Querido e odiado
Em recentes pesquisas, William Bonner é considerado o jornalista de maior credibilidade do Brasil, muito por apresentar o "Jornal Nacional" e por ser seu editor-chefe. Porém, seus métodos são questionados cada vez mais nas redes sociais.
Muitos acusam o "JN" de ter um lado e privilegiar a defesa de partidos de direita no noticiário político, como o PSDB, mas dando ênfase mais claro ao escândalos que envolvem partidos de esquerda, como o PT. Um exemplo que é apontado como claro e é recente, é o caso do desvio de dinheiro de merenda escolar no estado de São Paulo, governado pelo PSDB. Segundo estes reclamadores, o "JN" tem dado pouca ou quase nenhum destaque ao que está sendo investigado.
Outros dizem que Bonner é tendencioso em suas decisões, como a de não divulgar a recente lista com mais de 200 nomes políticos que receberiam dinheiro da empreiteira Odebrecht - a desculpa foi de que não dava para saber ainda quais doações foram legais ou ilegais naquele documento.
Em 2009, o jornalista escreveu um livro onde esclareceu a dúvida de muitos: como o "Jornal Nacional" é feito e em quê se baseia. Foi o "Jornal Nacional: Modo de Fazer", que comemorou os 40 anos do telejornal. Nele, Bonner mostra os bastidores da preparação das edições do noticiário.
O apresentador doou todos os seus direitos de autor à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), onde é formado em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda.
Fonte: UOL
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