O 84º Oscar será entregue apenas em 26 de fevereiro, mas o anúncio das indicações, nesta terça-feira, já apontou para alguns vencedores simbólicos. São filmes e profissionais que não pertencem ao coração da indústria cinematográfica norte-americana, e que talvez jamais sonhassem com a chance de um dia levar a estatueta para casa. Sua presença na festa tem um significado especial.
É o caso da simpática comédia dramática "O Artista", de seu diretor, Michel Hazanavicius, e de seu elenco principal, Jean Dujardin (que disputa o prêmio de melhor ator) e Bérénice Bejo (atriz coadjuvante). No total, o filme — sobre um astro de Hollywood que enfrenta dificuldades para fazer a passagem do cinema silencioso para o sonoro — obteve 10 indicações.
"O Artista" ficou atrás apenas de "A Invenção de Hugo Cabret", que recebeu 11 indicações. Esse não deixa de ser também um vencedor simbólico, ao marcar o ainda forte prestígio de Martin Scorsese — esnobado pela Academia de Hollywood em 2011 por "Ilha do Medo". Scorsese disputa o Oscar de melhor direção com Woody Allen, outro veterano que deu mostras de fôlego ao fazer de "Meia-Noite em Paris" um dos nove candidatos a melhor filme.
Entre os que ficaram de mãos abanando, alguns destaques são o ator Leonardo DiCaprio (por "J. Edgar", em que interpreta o lendário criador e primeiro diretor do FBI), os diretores Steven Spielberg, Stephen Daldry e Tate Taylor (que não emplacaram indicações em sua categoria, apesar de "Cavalo de Guerra", "Tão Forte e Tão Perto" e "Histórias Cruzadas" disputarem o prêmio de melhor filme) e a comédia "Missão Madrinha de Casamento" (que recebeu apenas duas indicações, embora fosse lembrada na reta final inclusive como candidata ao Oscar de melhor filme).
Exceto pelo ótimo drama "A Separação", já em cartaz no Brasil, a lista de candidatos a melhor filme estrangeiro não tem brilho, o que torna ainda mais amarga a eliminação de "Tropa de Elite 2". Ano após ano, a dificuldade de um filme brasileiro obter uma vaga entre os finalistas reforça a sensação de que a nossa bola da vez era mesmo a de "Central do Brasil" (1998). Justamente naquela ocasião, havia Roberto Benigni e "A Vida é Bela" no meio do caminho.
Fonte: Yahoo
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